Depois de em 2015 ter caído 10 posições, em 2016 Portugal voltou a entrar no top 10 do ranking, subindo sete lugares na luta contra as alterações climáticas, no total de 58 países mais industrializados, classificando-se como um dos melhores na implementação de políticas de combate ao flagelo das alterações climáticas.
O ranking foi apresentado em Marraquexe, Marrocos, no âmbito da 22ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas – COP22. Os resultados constam do Climate Change Performance Index (CCPI), que foi elaborado pelas ONG de ambiente GermanWatch e Rede Europeia de Ação Climática.
O Índice de Desempenho da Mudança Climática, tem como objetivo incentivar a pressão política e social sobre os países que, até agora, não tomaram medidas ambiciosas em matéria de protecção do clima, bem como, destacar os países com implementação de boas práticas. A classificação baseia-se na comparação do desempenho de 58 países que são responsáveis, no total, por mais de 90% das emissões mundiais de dióxido de carbono.
A boa classificação de Portugal no ano de 2016, deve-se sobretudo às emissões de dióxido de carbono ‘per capita’ que se mantiveram inalteradas em relação a 2015, à redução do consumo de combustíveis fósseis e ao incentivo ao uso de energias renováveis.
No entanto este não foi o único fator, Portugal beneficia também de uma tendência positiva recente na Eficiência Energética, que segundo a Zero – Associação ambientalista que integra a Rede Europeia de Ação Climática, deverá estar associada “à redução de gastos energéticos circunstanciais relacionados com a crise económica dos últimos anos”, e ainda pelo facto de ter sido um dos primeiros países a pôr em prática o Acordo de Paris.
A Zero acrescenta ainda que Portugal “é penalizado no que respeita à política climática nacional, por se revelar pouco ambicioso em relação aos objetivos possíveis a atingir, ficando-se por compromissos que praticamente já atingiu”.
Neste ranking, Portugal fica em termos absolutos em 11º, uma vez que os três primeiros lugares não foram atribuídos, por nenhum país ter sido merecedor desses lugares. Assim, o CCPI considera Portugal na lista dos dez países com melhor desempenho.
Marrocos, o anfitrião da Cimeira do clima 2016, obteve a 8ª posição, devido principalmente ao investimento que tem feito nas energias renováveis e na capacidade de liderança que demonstra no âmbito do continente africano.
A França lidera o ranking ocupando o 4º lugar, resultado em grande parte, pelo trabalho desenvolvido para que o Acordo de Paris visse a luz do dia na cimeira do clima de 2015. No ranking seguiram-se a Suécia (5º) e o Reino Unido (6º), chipre em (7º), seguindo-se o Luxemburgo (9º), Malta (10º), a Croácia encerra a listagem dos 17 países que se encontram na lista verde.
Países como o Canadá (55º lugar), Austrália (57º) e Japão (60ª) encontram-se no fim da lista, penalizados pelas suas políticas climáticas que foram consideradas “deficientes”. A Austrália, por exemplo, caiu muito em termos de eficiência energética. Todos estes países têm políticas climáticas consideradas “pouco ambiciosas”.
Os Estados Unidos, que ficaram em 43.º lugar, e a China, em 48.º, são os dois maiores emissores de CO2 do mundo, mas a China teve desenvolvimentos positivos associados à diminuição do consumo mundial de carvão, o que levou o país a parar a construção de 30 centrais termoelétricas a carvão no ano passado.
Fontes: DN, Visão, Climate Change Performance Index