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ICNF e Infraestruturas de Portugal juntam-se para monitorizar a proximidade do lince ibérico junto das estradas

A equipa do ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas responsável pelo seguimento e monitorização da população de lince-ibérico (Lynx pardinus) em Portugal, em parceria com técnicos da Infraestruturas de Portugal e da Waze, está a preparar um sistema de seguimento capaz de detetar a proximidade dos linces-ibéricos junto de várias estradas portuguesas e alertar os utilizadores da app Waze.

Em que consiste este sistema?

O processo de comunicação utilizará um dispositivo que assenta em tecnologia de rede LoRa: de rádio frequência para comunicação a longa distância. Consiste numa interligação com sensores presentes nas coleiras de seguimento destes felinos que permitirá a sua localização.

Para já o sistema está a ser testado nas estradas nacionais (EN) 122, 123 e no itinerário complementar (IC) 27. Os alertas desta app são acionados assim que os animais entram nas áreas virtuais de território, com 200 metros de largura, adjacentes às vias, para ambos os lados da faixa de rodagem.

lince-ibérico é considerado uma das espécies em maior risco pela exposição a vias rodoviárias, a nível mundial.

Este felino, classificado na categoria “Em Perigo de Extinção”, habita apenas em Portugal e Espanha e está entre os 5% de espécies em maior risco pela presença de estradas, de acordo com o estudo científico “Global exposure of carnivores to roads”.

Espera-se que esta nova tecnologia permita um maior grau de proteção dos linces ibéricos quanto ao risco de atropelamentos. Os atropelamentos são a principal causa de mortalidade não natural dos linces ibérico, mas estas ocorrências também podem constituir perigo para os condutores. Esta tecnologia pode ser igualmente determinante na redução de acidentes.

Ameaças das estradas em zonas de habitat natural 

Além da mortalidade destas espécies estar direta ligada aos atropelamentos, as estradas limitam a movimentação dos animais, sendo uma barreira a algumas migrações. Os animais ficam confinados a populações isoladas e com a viabilidade a longo prazo em risco.

Um das grandes ameaças das estradas é mesmo a questão da grande mobilidade destas espécies. Quanto maior a mobilidade, maior é a frequência de passagem destes animais nas estradas, tornando-os mais vulneráveis.

A crescente rede de estradas representa uma emergente ameaça global à conservação da biodiversidade. Como tal, torna-se necessário minimizar os seus efeitos negativos e assegurar a preservação a longo prazo das diversas espécies que são por ela afetadas.

O que se pode fazer?

— Barreiras que impeçam os animais de atravessarem a estrada, ou passagens inferiores que permitam a movimentação dos animais;

— Não construção de estradas em áreas mais sensíveis;

— Redução ou proibição do tráfego a horas específicas (por exemplo dentro de áreas protegidas, nos períodos de maior atividade dos animais);

— Colocação de sinais de aviso da presença dos animais para os condutores.

Quando o terreno é cortado por uma estrada, os animais podem ficar isolados, deixar de ter acesso a alimento e refúgio e ter dificuldade em encontrar parceiros para se reproduzir.

Uma das medidas de minimização muitas vezes propostas para diminuir o atropelamento de animais é a construção de passagens por baixo ou por cima das estradas. Intitulados de ecodutos ou pontes verdes, estas infraestruturas permitem a circulação de animais, protegendo-os de colisões com veículos e evitando a fragmentação do seu habitat natural.

Fonte: ICNF

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