fbpx

Índice de Desempenho das Alterações Climáticas: Portugal sobe 8 posições

De acordo com o Índice de Desempenho das Alterações Climáticas 2021 (CCPI), recentemente publicado, Portugal subiu 8 lugares face ao ano de 2019 e foi o 3º país com maior subida em matéria de política climática, atrás da Suécia e da Nova Zelândia.

O CCPI é uma relatório publicado anualmente pela GermanwatchNewClimate Institute, em conjunto com a Climate Action Network (CAN) International e tem como objetivo avaliar os esforços para o combate à alterações climáticas de 57 países a nível mundial e ainda os países que integram a União Europeia (UE). É considerado uma ferramenta importante para comparar o desempenho climático de países que, juntos, são responsáveis ​​por 90% das emissões globais.

Pela primeira vez, o relatório inclui o Chile, país anfitrião das negociações internacionais sobre o clima.

As 4 categorias avaliadas por especialistas nacionais e internacionais são:

  1. Emissões de GEE (40%);
  2. Energia renovável (20%);
  3. Uso de energia (20%);
  4. Política climática (20%).

 

Embora o relatório se baseie fortemente nos dados quantitativos produzidos pela Agência Internacional de Energia (IEA), PRIMAP, a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) e os inventários nacionais de GEE submetidos à UNFCCC (United Nations Framework Convention on Climate Change), a secção de política climática é baseada em avaliações de especialistas por ONGs e grupos de reflexão dos respetivos países.

O CCPI também avalia em que medida os respetivos países estão a tomar medidas adequadas dentro das categorias avaliadas, de forma a se encaminharem para os objetivos globais traçados no Acordo de Paris, ou seja, limitar o aquecimento global abaixo de 2°C.

Como está a UE?

De acordo com  o relatório, a UE como um todo ocupa o 16º lugar, subindo 6 lugares em relação ao ano passado, graças a uma melhoria na sua política climática, que vai desde o estabelecimento do Acordo Verde para atingir a meta de neutralidade climática de 2050 adotada em 2019, ao seu compromisso em aumentar substancialmente os seus esforços na redução de emissões na próxima década.

Embora os países escandinavos da UE e Portugal tenham uma classificação elevada no Índice, com indicadores relativamente bons, países como a Hungria, Eslovénia, Polónia e República Checa, apresentam resultados negativos no que diz respeito ao progresso climático. A Eslovénia e a Hungria tornam-se os Estados-Membros da UE com pior desempenho devido ao aumento das emissões de gases com efeito de estufa, ao baixo nível de investimentos em energias renováveis ​​e eficiência energética e à falta de uma política climática nacional.

Os Estados-Membros da UE classificados como “Alto Desempenho” incluem a Suécia (classificação 4), o Reino Unido (classificação 5), a Dinamarca (classificação 6), a Finlândia (classificação 11), Malta (classificação 12), Letónia (classificação 13), Lituânia (classificação 15) e Portugal (classificação 17).

Portugal

Em comparação com o ano passado, Portugal foi o país que mais subiu, passando do 25º lugar, para o 17º lugar, essencialmente devido à sua “ambiciosa” política climática. No documento são ainda referenciadas as medidas fiscais verdes nas áreas das energias renováveis e transportes, políticas de eficiência energética no setor da indústria e a nova legislação no setor das florestas.

Portugal é destacado também pela positiva no que diz respeito às relações internacionais, pelo compromisso em ser neutro em emissões de gases com efeito de estufa em 2050.

Na análise à classificação portuguesa, a associação ambientalista Zero, que faz parte da Rede Internacional de Ação Climática (que coopera na publicação do Índice), considera bastante positiva a subida de Portugal, mas avisa que as “emissões per capita de gases com efeito de estufa ainda estão a aumentar, não havendo em contrapartida um grande aumento no uso de energias renováveis.”

“A Lei do Clima, incluindo uma proposta para acabar com os subsídios aos combustíveis fósseis, bem como uma meta de redução de emissões em pelo menos 55% para 2030 em relação a 2005, que vai entrar em discussão e deverá ser votada durante o ano de 2021, vai ser um instrumento decisivo de ação climática para Portugal”, diz em comunicado o presidente da Zero, Francisco Ferreira.

Índice de Desempenho das Alterações Climáticas 2021 – Ranking Mundial

O novo ranking ainda não reflete dados nem as consequências da pandemia por covid-19.

Como já tem vindo a ser habitual, os três primeiros lugares do ranking não foram atribuídos, por se considerar que nenhum país reúne as condições necessárias.

A lista é liderada pela Suécia, seguida pelo Reino Unido e pela Dinamarca. No grupo do G20 (19 maiores economias do mundo e a União Europeia) destacam-se pela positiva. No entanto, são muitos os países com classificação muito baixa, entre eles: a Rússia (lugar 52), a Coreia do Sul (53), a Austrália (54), o Canadá (58), a Arábia Saudita (60) e os Estados Unidos (61).

5 anos depois do Acordo de Paris, os responsáveis pelo elaboração do CCPI, salientam que nenhum país (nem mesmo a Suécia que lidera a lista) tem metas compatíveis e que em termos mundiais as emissões de gases com efeito de estufa até aumentaram, embora tenham baixado na maioria dos países analisados.

O responsáveis destacam também o facto de nenhuma das grandes economias mundiais como os Estados Unidos, a Rússia, a Arábia Saudita e a Austrália, terem implementados políticas climáticas úteis em vigor para reduzir a poluição por carbono, tendo ainda em consideração, que são dos países que mais poluem a nível mundial.

O CCPI dá ainda destaque para as descidas de países como a Espanha, Bélgica ou Grécia e a presença nos 10 primeiros lugares, de países como Marrocos, Chile e Índia, três países em desenvolvimento.

Pode consultar o relatório “Índice de Desempenho das Alterações Climáticas 2021” AQUI

Fontes: caneurope

… o que interessa deve ser partilhado!

Este site utiliza cookies para permitir uma melhor experiência por parte do utilizador. Leia a nossa Política de Privacidade para mais informações.