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Revisão da Lista Vermelha: 9.000 espécies avaliadas pela primeira vez

A revisão da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), publicada em 2019, integrou pela primeira vez quase 9.000 espécies.

A Lista Vermelha da UICN consiste num dos inventários mais detalhados a nível mundial e controla o estado de conservação de várias espécies de seres vivos, por todo o mundo.

Das 8,7 milhões de espécies que existem no planeta, a Lista Vermelha da UICN, até ao momento, já analisou um total de 105.732 espécies. Uma das principais conclusões desta revisão à Lista Vermelha, indica que 27% (cerca de 28.338) das espécies avaliadas estão ameaçadas de extinção.

Ao reunir os especialistas e ao compartilhar todas as informações, foi encontrado um padrão: “as espécies estão em declínio por toda a Europa”, alertou o diretor da UICN, Craig Hilton-Taylor.

Grethel Aguilar, diretora-geral interina da UICN, também alertou para o facto “desta atualização mostrar claramente como é que os humanos em todo o mundo estão a sobre-explorar a vida selvagem”.

Esta revisão da Lista Vermelha veio confirmar os dados do recente relatório de avaliação da biodiversidade global, do IPBES (Painel Intergovernamental sobre a Biodiversidade e Serviços dos Ecossistemas). “A taxa de extinção de espécies está a acelerar, com graves impactos nas pessoas e em todo o mundo”, refere um comunicado de imprensa do IPBES.

Principais preocupações da ‘Red List’

De acordo com a UICN, as espécies de peixes de água doce do mundo, que chegam a quase 18.000, estão a atravessar um declínio dramático a nível global. A construção de barragens e albufeiras, o escoamento agrícola, o desvio de fluxo e as alterações climáticas interagem entre si e pressionam a biodiversidade de água doce, causando assim a perda de algumas espécies de peixes.

Nos oceanos a nova revisão da Lista Vermelha detetou que as raias são atualmente os peixes marinhos em maior perigo a nível mundial. Das 16 espécies deste grupo, 15 estão hoje Em Perigo Crítico de Extinção.

Quanto aos primatas, 7 espécies ficaram mais próximas da extinção, 6 seis delas na África Ocidental, vítimas da caça e da desflorestação.

No que respeita às árvores, nesta revisão mais de 5.000 espécies de 180 países foram pela primeira vez adicionadas à Lista Vermelha, contribuindo para o objetivo do projeto Global Tree Assessment, que consiste em avaliar todas as espécies de árvores no mundo até ao final de 2020.

Na Lista vermelha de 2019 entraram ainda 79 espécies de fungos, aumentando quase para o dobro o total de espécies avaliadas. Destas, pelo menos 15 espécies que crescem nas pradarias semi-naturais dos campos tradicionais de muitos países europeus estão ameaçadas de extinção. O diretor da UICN, responsável pela Lista Vermelha explicou que “os fungos são muito sensíveis às mudanças no meio ambiente, como a poluição. (..) Estas espécies vão ser as primeiros a desaparecer. Depois as plantas que dependem desses fungos irão desaparecer e os animais que dependem dessas plantas também”.

Desde a poluição do ar, às alterações climáticas ou até às doenças mais evasivas, o ser humano provoca a maior parte dessas mudanças, o que leva ao declínio da maior parte das espécies.

“A perda de espécies e as alterações climáticas são os dois grandes desafios que a humanidade enfrenta neste século”, revelou Lee Hannah, investigador em Biologia da Mudança Climática da Conservação Internacional.

Pode consultar todas as conclusões desta Nova Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, AQUI

Fontes: Wilder, IUCN

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