As ondas são formadas pela força do vento sobre a água. O movimento da água que resulta da força do vento transporta energia cinética que pode ser aproveitada por dispositivos próprios para a captação dessa energia, chamada energia das ondas.
Funcionamento de central de energia das ondas | Créditos: www.abae.pt
Apesar de parecer uma boa aposta a fazer em Portugal, com a nossa extensa costa, porque é que este sistema ainda está tão pouco desenvolvido?
A falta de desenvolvimento neste tipo de energia renovável não acontece só em Portugal. Dave Levitan deu a sua visão do atual estado no campo da energia das ondas, proporcionando alguma clareza sobre por que o progresso tem sido tão lento:
1 – O oceano é inóspito
O oceano é um ambiente inóspito para máquinas, logo os custos são mais elevados do que para construir em terra. A água salgada corrói os materiais, as ondas podem ficar realmente violentas, o envio de equipas para fazer instalações e reparações sai caro.
Os parques eólicos offshore são sempre mais caros do que os terrestres, por exemplo.
Pelamis – dispositivo de conversão de energia das ondas do tipo progressivo, desenvolvido pela Ocean Power Delivery, Ltd. (Escócia).
2 — Não foi uma prioridade
Existiu alguma pesquisa na área da energia das ondas logo após o embargo árabe do petróleo na década de 1970, mas desde então o governo e as empresas investiram pouco na investigação e desenvolvimento deste tipo de energia renovável, preferindo investir mais nas energias on-shore (eólica e solar).
3 – Apesar dos desafios há progresso
Existem programas piloto em lugares como Portugal, Escócia, Austrália, entre outros. As coisas poderiam avançar mais rápido se um protótipo prova-se que resultava eficientemente, mas tal ainda não aconteceu.
Central de Ondas Porto Cachorro, Ilha do Pico (Créditos: Efacec)
4 – Alto custo
Se as desvantagens dos custos não forem superadas, não faz sentido construir centrais de ondas quando se podem construir centrais solares ou eólicas com a mesma capacidade e pela mesma quantidade de dinheiro.
Fonte: WaveRoller
Vantagens:
– É uma energia renovável;
– Não produz qualquer tipo de poluição;
– É menos dependente das condições da costa.
Desvantagens:
– Instalações de potência reduzida;
– Requer uma geometria da costa especial e com ondas de grande amplitude;
– Impossibilita a navegação (na maior parte dos casos);
– Deterioração dos materiais pela exposição à água salgada do mar.
Boas notícias: Bruxelas aprovou a atribuição de apoios de 9,1 milhões de euros para o projeto SWELL, que explorará a energia das ondas em Peniche. Leia mais…
Fonte: TreeHugger