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Como está o território? (REOT. 2022)

O Relatório do Estado do Ordenamento do Território – REOT é o instrumento de avaliação da execução do Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT), apresentado pelo Governo à Assembleia da República, de dois em dois anos e produzido pela Direção Geral do Território – DGT, no âmbito do Observatório do Ordenamento do Território e Urbanismo, com a colaboração das entidades do Fórum Intersetorial, com o acompanhamento da Comissão Nacional do Território e com os contributos da Consulta Pública.

O mais recente Relatório do Estado do Ordenamento do Território – REOT 2022 encontra-se em consulta pública até 28 de julho de 2023. Pode participar e aceder aos documentos através do portal Participa.pt

Em consonância com as diretrizes do PNPOT, o REOT 2022 constitui o suporte da avaliação a realizar e da articulação a estabelecer com os sistemas de indicadores regionais e municipais do ordenamento do território e com os sistemas de indicadores de reporte das políticas setoriais relevantes para o território.

Os indicadores selecionados monitorizam e avaliam as dinâmicas territoriais inerentes aos 5 sistemas territoriais fundamentais do Modelo Territorial: o Sistema Natural, o Sistema Social, o Sistema Económico, o Sistema Urbano o Sistema de Conetividades e as Vulnerabilidades Críticas.

Sistema Natural

A valorização dos recursos naturais, nas suas mais diversas expressões territoriais e paisagens, é um a condição-chave para promover a coesão territorial. Os recursos água, solo, biodiversidade e floresta são fundamentais para a valorização do território, para o bom funcionamento dos ecossistemas, para a qualidade dos seus serviços e para a sustentabilidade e solidariedade intergeracional.

Assim, para o recurso água é fundamental salvaguardar as áreas de recarga de aquíferos e promover soluções sustentáveis de captação, retenção, utilização e reutilização, tendo em conta o seu uso eficiente.

Para o solo, é necessário preservar a sua integridade, sobretudo dos solos mais produtivos e escassos a nível nacional. 

Ao assumir a biodiversidade como um ativo territorial e de relevância para os ecossistemas, procede-se à diferenciação positiva dos territórios.

A floresta constitui um ativo territorial incontornável, pois para além da função de produção, desempenha outras funções estruturantes enquanto habitat, sumidouro de carbono, espaço de enquadramento paisagístico e de recreio e como uma importante fonte de geração de riqueza.

Medidas propostas:

  • Gerir o recurso água num clima em mudança;
  • Valorizar o recurso solo e combater o seu desperdício;
  • Afirmar a biodiversidade como um ativo territorial;
  • Valorizar o território através da paisagem;
  • Planear e gerir de forma integrada os recursos geológicos e mineiros;
  • Ordenar e revitalizar os territórios da floresta;
  • Prevenir riscos e adaptar o território às alterações climáticas;
  • Valorizar o litoral e aumentar a sua resiliência;
  • Promover a reabilitação urbana, qualificar o ambiente urbano e o espaço público.

 

O que está a ser feito?

Neste Domínio, verifica-se que estão a existir globalmente avanços na concretização das medidas previstas, com especial incidência para a afirmação e proteção da biodiversidade, prevenção dos riscos e adaptação do território à mudança climática, qualificação do ambiente urbano e na gestão da água.

Sistema Social

A monitorização do Sistema Social acompanha as dinâmicas demográficas, com foco nos desafios que o país enfrenta neste domínio, mapeia as vulnerabilidades sociais e dependências que justificam a necessidade de políticas de inclusão social de base territorial, seguindo as diferentes configurações e geografias dos problemas sociais cada vez mais complexos e acompanha o acesso aos serviços de interesse geral, fundamentais para a melhoria das condições básicas de bem-estar, coesão e equidade.

Medidas propostas:

  • Fomentar uma abordagem territorial integrada de resposta à perda demográfica;
  • Promover uma política de habitação integrada;
  • Melhorar os cuidados de saúde e reduzir as desigualdades de acesso;
  • Qualificar e capacitar os recursos humanos e ajustar às transformações socioeconómicas;
  • Melhorar a qualidade de vida da população idosa e reforçar as relações intergeracionais;
  • Reforçar o acesso à justiça e a proximidade aos respetivos serviços;
  • Promover a inclusão social e reforçar as redes de apoio de proximidade;
  • Valorizar o património e as práticas culturais, criativas e artísticas;
  • Potenciar a inovação social e fortalecer a coesão sociocultural;
  • Promover a digitalização, a interoperabilidade e a acessibilidade aos serviços públicos de interesse geral.

 

O que está a ser feito?

Os indicadores recolhidos permitem verificar que a globalidade das medidas está a ser implementada, registando-se avanços na maioria dos objetivos operacionais, destacam-se a qualificação e capacitação dos recursos humanos e ajustamento às transformações socioeconómicas, o investimento em ações que visaram a promoção da inclusão social, estimulando a igualdade de oportunidades e o reforço as redes de apoio de proximidade.

Sistema económico

Um dos princípios basilares de coesão territorial e um dos principais desafios territoriais é valorizar a diversidade e a especificidade territoriais. Considerar os ativos e as potencialidades locais e regionais como elementos de desenvolvimento e de diferenciação para o aumento da coesão e da sustentabilidade, nomeadamente em territórios rurais ou menos desenvolvidos, é crucial para alcançar este propósito.

O desenvolvimento do país tem sido assimétrico. No futuro, as áreas menos desenvolvidas têm de ter mais possibilidades de recuperar, tanto no plano social como económico. Já as regiões e as cidades mais desenvolvidas desempenham um papel central nos processos de internacionalização e atração de investimento externo.

Medidas propostas

  • Reforçar a competitividade da agricultura;
  • Dinamizar as políticas ativas para o desenvolvimento rural;
  • Afirmar os ativos estratégicos turísticos nacionais;
  • Valorizar os ativos territoriais patrimoniais;
  • Dinamizar e revitalizar o comércio e os serviços;
  • Promover a economia do mar;
  • Qualificar o emprego e contrariar a precariedade no mercado de trabalho;
  • Desenvolver ecossistemas de inovação de base territorial;
  • Reindustrializar com base na Revolução 4.0;
  • Reforçar a internacionalização e a atração de investimento externo;
  • Organizar o território para a economia circular;
  • Promover a competitividade da silvicultura.

 

O que está a ser feito?

A implementação destas Medidas foi condicionada pelo contexto económico global e nacional resultante da pandemia COVID-19, no entanto, existiu investimento neste Domínio, com especial incidência no desenvolvimento de ecossistemas de inovação de base territorial, na qualificação do emprego e no combate à precariedade no mercado de trabalho e no reforço da competitividade da agricultura.

Sistema de Conectividade

As redes de conectividade são cruciais para o ordenamento do território, promovendo a interconexão dos ecossistemas, das pessoas e das atividades, contribuindo para a valorização dos recursos e para um modelo de organização territorial mais sustentável.

O sistema territorial integra conectividades de natureza distinta: conectividade ecológica; infraestruturas ambientais; redes e infraestruturas de transportes e conectividade digital.

Medidas propostas:

  • Otimizar as infraestruturas ambientais e de energia;
  • Otimizar a conetividade ecológica nacional;
  • Suprir carências de acessibilidade tendo em vista a equidade aos serviços e às infraestruturas empresariais;
  • Renovar, requalificar e adaptar as infraestruturas e os sistemas de transporte;
  • Promover a mobilidade metropolitana e interurbana;
  • Digitalizar a gestão e a operação dos sistemas de transporte;
  • Alargar as infraestruturas físicas de conexão internacional;
  • Ampliar a conetividade digital internacional através dos cabos submarinos;
  • Reforçar os serviços de banda larga e a implementação de redes da nova geração 5G.

 

O que está a ser feito?

Registaram-se alguns avanços nos objetivos operacionais previstos nas várias medidas, com especial incidência na otimização das infraestruturas ambientais e de energia, no alargamento das infraestruturas físicas de conexão internacional, e no reforço dos serviços de banda larga e implementação de redes da nova geração 5G.

Sistema Urbano

As mudanças sociodemográficas, tecnológicas e económicas favorecem a concentração das populações, das atividades económicas e das funções nas metrópoles e nas principais cidades. Investir num sistema urbano mais equilibrado promove mais equidade territorial no acesso aos serviços e comércio e aos processos de inovação económica e social.

O PNPOT identifica, para o Sistema Urbano do Modelo Territorial 18 medidas que se encontram distribuídas pelos domínios natural, social, económico e de conetividade.

O que está a ser feito?

O levantamento dos investimentos financiados e das iniciativas implementadas permitem relevar alguns avanços nos objetivos operacionais previstos nas várias medidas, com especial incidência no fomento da cooperação intraurbana para uma cidade sustentável e inteligente, no aprofundamento da cooperação transfronteiriça, e na experimentação e prototipagem de soluções inovadoras.

Vulnerabilidades Críticas

O mapeamento das Vulnerabilidades Críticas evidencia as fragilidades territoriais atuais, com potencial de agravamento das mudanças críticas a longo prazo: 2050. 

A monitorização das vulnerabilidades críticas deu prioridade à avaliação da evolução da relação entre os perigos e os usos do solo em quatro grandes temas: inundações, incêndios rurais, litoral e erosão costeira e seca e desertificação do solo.

Para além das medidas distribuídas pelos domínios natural, económico e de conetividade, também estão ainda integradas mais 13 medidas:

  • Promover a informação geográfica;
  • Ativar o conhecimento e uma nova cultura territorial;
  • Potenciar e qualificar a cooperação territorial;
  • Aprofundar a descentralização e promover a cooperação e a governança multinível;
  • Experimentar e prototipar soluções inovadoras;
  • Reforçar as abordagens integradas de base territorial;
  • Fomentar a cooperação intraurbana para uma cidade sustentável e inteligente;
  • Fortalecer as articulações rurais-urbanas;
  • Dinamizar as articulações interurbanas e os subsistemas territoriais;
  • Aprofundar a cooperação transfronteiriça.

 

Para consultar o Relatório do Estado do Ordenamento do Território – REOT 2022 completo, clique AQUI.

Fontes: DGT; Participa.pt

Imagem de destaque: Plataforma Freepik

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