Foi publicado o mais recente Índice de Transição Verde (Green Transition Index), um estudo elaborado pela consultora Oliver Wyman, que classifica o desempenho ambiental de 29 países europeus em 7 categorias chave relacionadas com o ambiente:
- utilização de tecnologias de transição pelas empresas energéticas;
- grau de sustentabilidade ambiental do sistema económico de cada país;
- emissões da indústria transformadora;
- qualidade ambiental dos transportes;
- sustentabilidade dos edifícios;
- grau de circularidade na gestão de resíduos;
- nível de conservação da natureza.
Portugal tem mostrado avanços significativos na transição verde, posicionando-se em 15.º lugar entre 29 países europeus no Índice de Transição Verde 2024. O país obteve um índice agregado de transição verde de 49 pontos, subindo três posições face ao relatório de 2022, representando um dos crescimentos mais significativos da Europa. A Dinamarca (60 pontos), a Áustria e a Suécia (57 pontos) lideram a classificação.
Apesar dos progressos, ainda existem desafios a superar, especialmente nos setores dos transportes e dos resíduos, onde o desempenho ambiental precisa de melhorias significativas.
Um dos fatores positivos mais relevantes é a redução das emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE) e da sua intensidade na economia. No entanto, o investimento em Investigação e Desenvolvimento (I&D) para objetivos ambientais foi considerado insuficiente.
Resultados de Portugal por categoria
- Portugal obteve um excelente resultado na categoria de edifícios, alcançando a primeira posição com 79 pontos, impulsionado pelo uso de energias renováveis para aquecimento e pela eficiência energética das habitações.
- Na economia, Portugal avançou para a 13.ª posição com 58 pontos, destacando-se na redução de emissões de GEE (6.º lugar). Apesar da queda no investimento público em Investigação e Desenvolvimento (I&D) ambiental, o país manteve-se no top 10 dessa categoria.
- O melhor desempenho foi para a área da conservação da natureza, onde Portugal subiu 11 lugares para a 14.ª posição, graças à expansão da agricultura biológica. No entanto, a gestão da água continua a ser um desafio.
- O desempenho na indústria transformadora melhorou, mas manteve-se abaixo da média europeia (21.º lugar, 57 pontos). Apesar de uma redução de 30% na intensidade das emissões e de 18% no consumo de energia, Portugal ainda está atrás dos líderes europeus.
- Na energia, Portugal caiu para o 9.º lugar com 25 pontos, embora tenha registado melhorias no peso das energias renováveis e biocombustíveis na eletricidade. O país também se destacou na capacidade de armazenamento em baterias, apesar de estar distante do líder Luxemburgo.
- Os transportes permaneceram estagnados, com Portugal a ocupar o 19.º lugar (41 pontos). Embora existam avanços na adoção de veículos de baixas emissões e na eficiência no transporte de passageiros, a baixa utilização do transporte público (26.º lugar) é um dos maiores problemas nesta categoria.
- A gestão de resíduos continua a ser um dos maiores desafios, com Portugal a cair para a 28.ª posição (27 pontos), a segunda pior classificação do ranking. O país tem uma das mais baixas taxas de circularidade na Europa e um volume de resíduos depositados em aterros de 89%, superior à média europeia.
O estudo destaca que os países com maior rendimento per capita tendem a obter melhores classificações, mas Portugal é uma exceção ao aproximar-se dos países que demonstram um bom desempenho apesar de um PIB per capita baixo. Destaca ainda, o facto de os países escandinavos liderarem nas categorias de economia e transportes, enquanto que a Europa Ocidental se destaca na indústria transformadora e gestão de resíduos.
Fontes: Jornal Económico; oliverwyman
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