Foi divulgado recentemente pelo Fórum Económico Mundial (World Economic Forum), a 15ª edição do Relatório Global de Riscos (Global Risks Report). Este relatório foi produzido em parceria com Marsh & McLennan e o Zurich Insurance Group e faz parte do Global Risks Initiative, que junta stakeholders para, em conjunto, desenvolverem soluções integradas e sustentáveis para os principais desafios mundiais.
Cerca de mais de 750 especialistas e tomadores de decisão globais foram convidados a classificar as suas maiores preocupações em termos de probabilidade e impacto. 78% acreditam que os “confrontos económicos” e “polarização política doméstica” vão aumentar em 2020. Segundo os responsáveis pelo elaboração do relatório, esta conclusão é catastrófica principalmente quando há necessidade de enfrentar desafios urgentes como a crise climática, a perda de biodiversidade e o declínio recorde de espécies.
Para as novas gerações, o estado do planeta é ainda mais alarmante. O relatório destaca o modo como os riscos são encarados por aqueles que nasceram depois de 1980. Quase 90% destes inquiridos acreditam que as “ondas de calor extremas”, “destruição de ecossistemas” e “o impacto da poluição na saúde” se irão agravar. Acreditam também que o impacto dos riscos ambientais até 2030 será catastrófico.
Pela primeira vez, numa perspetiva a 10 anos, todos os riscos globais do top 5 em termos de probabilidade são ambientais. O relatório alerta principalmente para:
- os eventos climáticos extremos com grandes danos ao património, às infraestruturas e perda de vidas humanas;
- o fracasso na mitigação e adaptação às alterações climáticas por governos e empresas;
- os desastres e danos ambientais provocados pelo homem, incluindo crime ambiental, como o derramamento de petróleo e a contaminação radioativa;
- a perda significativa da biodiversidade e colapso de ecossistemas (terrestre ou marinho) com consequências irreversíveis para o ambiente, resultando em recursos severamente esgotados para a humanidade, assim como para as indústrias;
- as grandes catástrofes naturais como terramotos, tsunamis, erupções vulcânicas e tempestades geomagnéticas.
O relatório refere que “sem atenção urgente à reparação das divisões da sociedade e ao crescimento económico sustentável, os líderes não podem lidar sistematicamente com ameaças como a crise climática ou da biodiversidade”. Por isso, aponta para a “necessidade de os decisores políticos equipararem as metas para a proteção da Terra com as metas de impulso às economias e para as empresas evitarem riscos que potenciem perdas desastrosas no futuro, ajustando as suas metas a objetivos baseados na ciência”.
Pode consultar o relatório completo, AQUI.
A atividade humana já causou a perda de 83% de todos os mamíferos selvagens e de metade das plantas que sustentam os nossos sistemas alimentares e de saúde.
Peter Giger, group chief risk officer, do Zurich Insurance Group, alertou para a necessidade urgente de nos adaptarmos rapidamente para evitar os piores e irreversíveis impactos das alterações climáticas e ainda para ser implementado estratégias que permitam proteger a biodiversidade do planeta:
“Os ecossistemas biologicamente diversos capturam vastas quantidades de carbono e providenciam benefícios económicos massivos, estimados em 33 milhões de milhões anuais. É imperativo que empresas e decisores políticos acelerem a transição para uma economia neutra em carbono e modelos de negócio mais sustentáveis”.
Fontes: Ambiente magazine, Weforum