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Livro Vermelho dos Mamíferos de Portugal Continental

Cerca de 25% das espécies de mamíferos em todo o mundo encontram-se ameaçadas devido à destruição e degradação do habitat, captura ilegal, invasão de espécies exóticas e alterações globais.

Recentemente foi publicado o Livro Vermelho dos Mamíferos de Portugal Continental, que atualiza o conhecimento sobre as espécies de mamíferos e faz uma revisão dos respetivos estatutos de ameaça.

A última avaliação sobre os estatutos de ameaça dos mamíferos de Portugal Continental ocorreu em 2005, ano em que foi publicado o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. Na altura ocorriam 104 espécies de mamíferos em território nacional, desde o lobo-ibérico, o lince-ibérico, a raposa e o veado ao texugo, à gineta, ao rato-do-campo, ao esquilo e às baleias e golfinhos. Das 74 espécies de mamíferos do continente avaliadas, 18 estavam ameaçadas de extinção, 5 “Criticamente Em Perigo”, 3 “Em Perigo” e 10 “Vulneráveis”.

Com o objetivo de atualizar e melhorar a informação disponível no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, no que se refere aos mamíferos, equipas de diversos cientistas, profissionais e voluntários trabalharam em conjunto para desenvolver o “Livro Vermelho dos Mamíferos de Portugal Continental”. Atualmente, o número de espécies incluídas em categorias de ameaça elevada (criticamente em perigo, em perigo e vulnerável) subiu para 33%, ou seja, 27 das 82 espécies avaliadas estão ameaçadas.

De acordo com a coordenadora do Livro Vermelho, são 3 as espécies que integram a categoria de ameaça mais elevada “Criticamente em Perigo”:  boto  (Phocoena phocoena), a orca e o morcego-rato-pequeno (Myotis blythii).
 
Lobo-Ibérico (Canis lupus signatus), o lince-ibérico (Lynx pardinus), o gato-bravo (Felis silvestres), o toirão (Mustela putorius), a toupeira-de-água (Galemys pyrenaicus), o musaranho-anão-de-dentes-vermelhos (Sorex minutus), o musaranho-de-dentes-brancos-pequeno (Suncus etruscus) e três tipos de morcegos (morcego-de-ferradura-mediterrânico, morcego-de-ferradura-mourisco e o morcego-lanudo) são as 10 espécies categorizadas como “Em perigo”.
 
Na categoria de ameaça Vulnerável estão incluídas 14 espécies como o coelho-ibérico e a lebre-ibérica que agravaram o seu estatuto desde a última avaliação e há também um aumento da percentagem das espécies de roedores nesta categoria.
 
As investigações desenvolvidas desde Maio de 2019, deram também a conhecer 14 novas espécies na lista de Mamíferos de Portugal, cinco das quais avaliadas numa categoria de ameaça: o rato-das-neves (Chionomys nivalis), o morcego-hortelão-claro (Eptesicus isabellinus), a baleia-de-bico-sowerby (Mesoplodon bidens), a baleia-de-bico-true (Mesoplodon mirus) e o golfinho-pintado-do-atlântico (Stenella frontalis).
Medidas de conservação

De acordo com os coordenadores do Livro Vermelho, a implementação prioritária de medidas de conservação para as espécies ameaçadas passa pela recuperação de habitats, criação de mosaicos de habitats naturais ou seminaturais, reabilitação das áreas florestais autóctones, controlo e prevenção dos fogos florestais e adoção de práticas e sistemas de produção mais sustentáveis.

Para as espécies associadas aos meios aquáticos, preconiza-se o controlo de ações com influência direta na alteração e poluição dos cursos de água.

Para os morcegos cavernícolas, em particular, é fundamental a proteção legal e física dos abrigos, que dificultem o acesso de pessoas, mas permitam a circulação dos morcegos.

A área de intervenção do projeto abrangeu todo o território de Portugal Continental, em especial as áreas protegidas e os Sítios de Importância Comunitária (SIC) e Zonas Especiais de Conservação (ZEC) da Rede Natura 2000 e as áreas do território com défice claro de informação.

Nesta nova reavaliação foi dada especial atenção a 3 grupos de espécies:

  • as que se suspeitava estarem em declínio populacional acentuado;
  • as que estavam classificadas com o estatuto de Informação Insuficiente (DD) no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (2005);
  • as que não foram avaliadas na última revisão do livro, incluindo as novas espécies para as quais estava disponível pouca informação e as que não tinham ocorrência confirmada em território continental.

Dedicado aos mamíferos terrestres e marinhos da fauna de Portugal Continental, o Livro Vermelho dos Mamíferos reúne e consolida toda a informação disponível sobre este grupo de animais e o seu estatuto de ameaça, trazendo nova informação obtida no terreno. Os investigadores que integraram este projeto, compilaram toda a informação existente sobre a ocorrência de mamíferos no território nacional, incluindo dados museológicos, resultados de censos e de programas de monitorização, trabalhos científicos, dados sobre a atividade cinegética e relatórios.

Este trabalho de investigação é um projeto Ciências.ID da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, em parceria com o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), co-financiado pelo POSEUR Portugal 2020.

A versão digital da publicação final do  “Livro Vermelho dos Mamíferos de Portugal Continental”, está disponível para consulta e descarregamento em formato PDF AQUI.

Livro Vermelho dos Mamíferos – Qual o objetivo?

A publicação do Livro Vermelho, o primeiro inteiramente dedicado aos mamíferos, é um instrumento crucial para ajudar a decidir prioridades e medidas de conservação. É também uma chamada de atenção para as espécies que podemos estar a perder.

Maria da Luz Mathias, coordenadora do projeto explica que “a elaboração de Listas Vermelhas é fundamental para uma gestão ativa e eficiente das espécies e dos habitats, sendo globalmente reconhecidas como um instrumento importante pelos gestores, comunidade científica e público em geral.”

A NOCTULA – Consultores em Ambiente realiza várias monitorizações ambientais, nomeadamente Monitorização de Sistemas Ecológicos:

 

Para além da monitorização de Sistemas Ecológicos, também elaboramos e implementa planos de gestão para espécies específicas de fauna e flora e medidas de minimização e compensatórias de impactes sobre as mesmas.

Caso necessite de algum serviço na área da Monitorização de Sistemas Ecológicos, não hesite em contactar-nos.

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