Portugal desceu dez lugares no desempenho contra as alterações climáticas, passando a ocupar o 19º lugar entre os 58 países mais poluentes, de “bom” para “moderado”, segundo o relatório “Climate Change Performance Index 2016”, apresentado na Cimeira do Clima (COP21), em Paris.
A classificação baseou-se na comparação do desempenho de 58 países responsáveis por mais de 90% das emissões mundiais de dióxido de carbono.
A desflorestação e a degradação das florestas, nomeadamente os incêndios florestais, terão sido as principais causas para esta descida apontada no estudo das organizações não-governamentais German Watch e Rede Europeia de Ação Climática. Mas, há ainda outros fatores que contribuíram para o fraco desempenho ambiental de Portugal no Climate Change Performance Index 2016, tais como o uso de carvão na produção de eletricidade e o facto de em 2013, apesar de o peso das energias renováveis ter crescido, ter ocorrido um desinvestimento nesta área.
Francisco Ferreira, um dos 300 especialistas em energia e clima consultados para a elaboração do relatório defende que, apesar do bom trabalho interno, o mesmo não acontece a nível internacional. “Se, por um lado, Portugal foi o país mais ambicioso nas metas de energia e clima para 2030 à escala europeia, alguns atrasos no anúncio da (limitada) contribuição para o Fundo Verde do Clima e a incapacidade de participar de forma mais ativa e publicitada nas negociações das Nações Unidas a nível ministerial [justificam a penalização].”
Na área da eficiência energética Portugal perdeu pontos, porque usa mais energia por produto interno bruto – os consumos mantiveram-se, o PIB é que diminuiu.
Os autores do relatório “Climate Change Performance Index 2016” ressalvam ainda que pela primeira vez, em 2014, o aumento da capacidade energética veio do lado das energias renováveis e não das energias fósseis. E os sinais positivos vão mais longe: cerca de metade do investimento em energias renováveis veio efetivamente de países emergentes e em desenvolvimento.
Fontes: Ambiente Magazine, Observador