Seis municípios portugueses (Almada, Bragança, Castelo Branco, Guimarães, Lagoa e Vila Nova de Gaia), integraram o projeto “Calculadora da Pegada Ecológica”, uma iniciativa que mede o impacto da atividade humana no consumo dos recursos naturais do planeta.
Estes municípios foram os primeiros a ter a sua própria calculadora da pegada ecológica, uma metodologia reconhecida internacionalmente e desenvolvida pela organização não-governamental Global Footprint Network (GFN). Este sistema pode ser aplicado a várias escalas, desde um individuo, cidade, região, país, até ao planeta Terra, permitindo comparar “os recursos naturais usados para suportar um determinado estilo de vida, com a capacidade dos ecossistemas para gerar esses mesmos recursos”.
Anunciado pela Associação Ambientalista Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável, a implementação deste projeto em Portugal conta também com a parceria da Unidade de Investigação GOVCOPP da Universidade de Aveiro.
O sistema encontra-se disponível no website de cada autarquia e no site Pegada Ecológica dos Municípios Portugueses, permitindo que cada pessoa calcule a sua própria pegada e perceba a dimensão do impacto da sua atividade diária no território e no planeta e se consciencialize sobre os múltiplos impactos humanos no ambiente.
Segundo a associação Zero, esta é a primeira vez que a calculadora é apresentada em língua portuguesa e “ajustada ao perfil de cada município”. O objetivo consiste em aumentar o conhecimento e a capacidade de ação local em matéria de ambiente, através do cálculo e interpretação dos dados vitais para enfrentar desafios ambientais complexos.
Atualmente Portugal precisaria de 2,3 planetas Terra para acomodar o atual estilo de vida do país, pois tem uma:
- biocapacidade de 1,28 hectares globais por pessoa;
- pegada ecológica de 3,94 hectares globais por pessoa (Gha).
Entre os 6 municípios integrados neste projeto, Almada é o que apresenta a maior pegada ecológica (4,08 Gah), enquanto que Lagoa apresenta o resultado menos negativo (3,25 Gha).
O município de Bragança é o que apresenta maior biocapacidade (2,68 Gah), registando uma pegada ecológica de 4,01 Gha.
A GFN lançou o programa global “Calculadora da Pegada Ecológica” para cidades e regiões e desde 1996 já foram calculadas as pegadas ecológicas de quase 40 cidades de vários países (incluindo Barcelona, Londres, Oslo, São Francisco, Manila e Xangai) e de mais de 200 entidades locais e regionais em todo o mundo.
Relançado em 2017, o programa conta com cerca de 2 milhões de utilizações por ano em todo o mundo, estando atualmente disponível em 6 idiomas.
Esta é a primeira vez a nível mundial, que arranca um projeto para calcular as pegadas e a biocapacidade de todos os municípios e comunidades intermunicipais de um país.
Esta foi a primeira vez, a nível mundial, que arranca um projeto para calcular as pegadas ecológicas e a biocapacidade de todos os municípios e comunidades intermunicipais de um país.
Paulo Magalhães, coordenador do projeto e dirigente da ZERO, explica que a Pegada Ecológica “é importante para os governos locais e nacionais que estão a trabalhar para mitigar os riscos, para se adaptarem às alterações climáticas e para fomentarem uma sustentabilidade global. O seu cálculo pode fornecer um roteiro a uma comunidade que pretenda tornar-se ambientalmente saudável, economicamente próspera e equitativa nos próximos anos”.
Fontes: Smart-Cities, ZERO, Pegada dos Município