A poluição plástica é uma das maiores ameaças aos nossos oceanos. Cerca de 12 milhões de toneladas de plástico estão a entrar nos oceanos todos os anos, afetando a vida marinha. Estima-se por exemplo que “uma em 3 tartarugas e 90% de seabirds” ingerem plástico.
Crê-se também que todo plástico existente no mundo é equivalente a 10 mil Torres Eiffel ou a 80 milhões de baleias azuis.
Vê aqui a campanha da ONU contra os plásticos nos oceanos.
As garrafas de plástico que são encontradas espalhadas pelas praias de todo o mundo, são uma parte importante do problema de plástico oceânico dos dias de hoje.
Um recente estudo da Greenpeace revela que mais de dois milhões de toneladas de garrafas de plástico de refrigerantes são vendidas todos os anos, e apenas 6% deste número é produzido através de plástico reciclado.
Estes números são o resultado de um estudo que analisou os dados de alguns dos maiores produtores de refrigerantes do mundo, entre eles a PepsiCo, Nestlé, Suntory, Danone, Dr. Pepper Snapple. De fora desta análise, e por opção da marca, ficou a gigante Coca-Cola.
Se a Coca-Cola tivesse contribuído para este estudo, o valor total seria muito mais elevado, uma vez que a marca mais famosa de refrigerantes, produz cerca de 100 bilhões de garrafas plásticas descartáveis a cada ano e bilhões delas acabam por entrar em praias, aterros sanitários e no mar.
A Greenpeace tem a decorrer de momento uma campanha contra as garrafas da coca-cola, apelando a que a marca reduza a sua pegada plástica.
Desde que o plástico começou a ser produzido, em 1950, investigadores crêem ter sido produzidos até hoje cerca de oito mil milhões de toneladas de plástico de todos os tipos: desde o usado em garrafas e todo o tipo de embalagens, até às resinas para componentes de móveis ou fibras têxteis.
Estes dados são sinónimo de que atravessamos atualmente um flagelo ambiental, pois ano após ano ganha dimensões ainda mais assustadores. Dos vários tipos de embalagens de plástico encontradas a boiar nos mares de todo o mundo, as garrafas de refrigerantes surgem como as mais comuns.
Uma vez no mar, as garrafas de plástico e os seus detritos vão contaminar toda a fauna marinha, provocando aos animais problemas como: asfixia, infeções, problemas no aparelho digestivo, perdas significativas de peso, ou mesmo a morte, depois de ingerirem grandes quantidades de detritos de plástico.
As baleias e outros animais de grande porte por exemplo, comem estes objetos inteiros, o que lhes pode causar problemas no aparelho digestivo. Por sua vez, nas aves marinhas é comum a ingestão das tampas das garrafas, que chegam, inclusive, a ser dadas como alimento às crias.
As garrafas que se vão fragmentando no mar afetam ainda mais espécies. Os pequenos fragmentos resultantes, chamados de microplásticos, acumulam substâncias químicas tóxicas e contaminam a cadeia alimentar.
Garrafa de plástico de 0,35l encontrada dentro de um corvinão-de-pintas
Foto: Sonny Schindler
Louise Edge, da Greenpeace UK, alerta para que: “se queremos proteger os nossos oceanos, é urgente pôr fim à era do plástico descartável. As empresas precisam de abandonar o plástico descartável, apostar nas embalagens reutilizáveis e garantir que o resto é feito de materiais 100% reciclados”. Se nada for feito e o ritmo de fabrico de plástico continuar, poderão atingir-se os 12 mil milhões de toneladas em 2050.
Os Europeus por exemplo, são os principais responsáveis pela disseminação de plástico, pois 40% do plástico produzido em todo o mundo vem parar à Europa.
Para tentar colmatar este problema algumas das empresas inseridas no estudo da Greenpeace estão a avançar com politicas de redução do uso de plásticos, principalmente através do uso de bioplásticos, bem como a produzir garrafas com menores quantidades de plástico. Esta última ideia é boa na teoria, mas tem pouco impacto na prática, já que segundo a Greenpeace, mesmo as garrafas mais finas e feitas de bioplásticos, continuarão a contribuir para a poluição marinha.
Fontes: theuniplanet, GreenSavers, Instalador