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Lista Vermelha de Árvores Nativas Europeias: Cerca de 40% das árvores avaliadas estão ameaçadas

A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) publicou pela primeira vez uma Lista Vermelha de Árvores Nativas Europeias.

De acordo com o relatório divulgado recentemente, cerca de 58% das espécies de árvores endémicas da Europa estão ameaçadas de extinção, sendo apontados como principais fatores a:

  • introdução de espécies invasoras;
  • o desenvolvimento urbano;
  • a desflorestação.

Ao todo, avaliou-se o estatuto de conservação de 454 espécies de árvores nativas europeias (ou seja, originárias da Europa). Dentro deste grupo, 265 espécies de árvores eram endémicas (ou seja, não existem em nenhum outro lugar do planeta).

Mais de 150 especialistas de toda a Europa, incluindo de Portugal, contribuíram para este projeto, financiado pelo Programa LIFE da Comissão Europeia e cofinanciado pelo Conselho Europeu, Sociedade Entomológica Britânica, National Park’s e Wildlife Services Ireland e vários Estados Europeus, incluindo Suécia, Suíça e Holanda e Luxemburgo.

Principais conclusões:

– 168 espécies (quase 40%) das árvores avaliadas, estão ameaçadas na Europa com estatuto de “criticamente em perigo”, “em perigo” ou “vulnerável”;

 

– 155 (cerca de 58%) das árvores europeias ameaçadas são endémicas:

  • 66 foram classificadas como “criticamente em perigo”;
  • 58 foram classificadas “em perigo”;
  • 31 foram classificadas “vulnerável”;
  • a lista refere ainda que há “dados insuficientes” para 57 das espécies estudadas (36 das quais endémicas).

 

As espécies Sorbus, como a Sorbus aucuparia maderensis, do arquipélago da Madeira, que está classificada como “criticamente em perigo”, são particularmente afetadas, estimando-se que cerca de 3/4 das 170 espécies estejam ameaçadas de extinção.

Principais perigos detetados

Os principais perigos detetados nesta lista são:

  • perda e destruição das áreas florestais na Europa (seja através do abate de árvores, seja pelo crescimento das urbanizações, ou pelo aumento de incêndios ou ainda causas naturais);
  • agricultura;
  • introdução de espécies invasoras (que retiram espaço e recursos às árvores nativas);
  • alterações climáticas (que criam condições mais favoráveis a pragas e doenças).

Catarina Ferreira, coordenadora de Conservação da Biodiversidade Europeia da IUCN e umas das gestoras deste projeto, explicou que “o mais preocupante é que a proporção de espécies de árvores consideradas ameaçadas na Europa são o terceiro grupo de organismos mais ameaçados comparado com outros grupos.” O primeiro grupo mais ameaçado é o dos moluscos de água doce e o segundo é o das plantas incluídas nas diretivas europeias.

Recomendações

Para minimizar este problema, os especialistas recomendam várias ações, como forma de garantir que todas as espécies de árvores são adequadamente representadas nas áreas protegidas. De entre as medidas recomendadas estão:

  • atualização desta lista vermelha, pelo menos, de dez em dez anos;
  • execução de estratégias a nível nacional para proteger as espécies ameaçadas e os seus habitats;
  • maior controlo e avaliação de espécies que entram no continente Europeu;
  • mais investigação sobre as alterações climáticas;
  • mais investigação sobre as árvores para as quais a informação ainda é insuficiente;
  • implementação, em cada país, de estratégias ligadas à conservação das árvores ameaçadas de extinção.

A coordenadora de Conservação da Biodiversidade Europeia da IUCN, refere ainda que se deve fazer “muita sensibilização e comunicação destes resultados aos setores relevantes, como o florestal”. 

A coordenadora de Conservação da Biodiversidade Europeia da IUCN, refere ainda que se deve fazer “muita sensibilização e comunicação destes resultados aos setores relevantes, como o florestal”. 

Fontes: Público, Wilder, IUCN

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