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Solo é responsável pelas alterações climáticas

O solo é um importante, e muitas vezes negligenciado, elemento do sistema climático, é a segunda maior reserva de carbono do planeta, depois dos oceanos. Dependendo da região, as alterações climáticas podem fazer com que mais carbono seja armazenado nas plantas e no solo, devido ao crescimento da vegetação, ou que mais carbono seja libertado para a atmosfera. A restauração de ecossistemas importantes, e uma utilização sustentável dos terrenos em áreas urbanas e rurais, são fatores que podem ajudar na mitigação e a adaptação às alterações climáticas.

Como se forma o solo?

como se forma o solo

 

Quais as funções do solo?

Os solos são essenciais para a sociedade humana, tal como o ar e a água. No entanto, a degradação dos solos não tem recebido tanta atenção como as ameaças aos outros elementos. Os solos são a base de 90% da alimentação humana, alimentação para o gado, fibras e combustíveis. Suportam comunidades e fornecem matérias-primas e águas subterrâneas.

 

O que está a degradar os solos?

Os principais problemas relativos aos solos na Europa incluem:

  • perda da camada superior do solo devido à erosão;
  • atividades de construção;
  • contaminação;
  • acidificação.
Solos e as Alterações Climáticas

As alterações climáticas são muitas vezes associadas com algo que acontece na atmosfera. Afinal, quando as plantas fazem a fotossíntese, absorvem dióxido de carbono da atmosfera. No entanto, o carbono atmosférico também afeta o solo, porque o que não é utilizado no crescimento da parte superior das plantas é distribuído pelas suas raízes, depositando carbono no solo. Se não for “perturbado”, este carbono pode manter-se estável e permanecer no solo durante milhares de anos. Deste modo, pode dizer-se que solos saudáveis mitigam as alterações climáticas.

No que respeita à absorção de carbono, nem todos os solos são iguais. Os mais ricos em carbono são as turfeiras, encontrados principalmente no norte da Europa, Reino Unido e Irlanda. Os prados também armazenam uma grande quantidade de carbono por hectare. Em contraste, os solos de áreas quentes e secas, no sul da Europa, por exemplo, contêm menos carbono.

Em algumas partes da Europa, temperaturas mais altas podem levar a um aumento da vegetação e portanto a um aumento do armazenamento de carbono no solo. No entanto, um aumento de temperatura pode também provocar um aumento na decomposição e mineralização da matéria orgânica nos solos, reduzindo o carbono.

Em outras áreas, a matéria orgânica que se encontra estável em turfeiras é impedida de se decompor devido aos baixos níveis de oxigénio. Se essas áreas secarem, a matéria orgânica pode rapidamente degradar-se, libertando dióxido de carbono para a atmosfera.

O aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera pode fazer com que os micróbios no solo trabalhem mais depressa para degradar a matéria orgânica, potenciando a libertação de ainda mais dióxido de carbono. A libertação de gases com efeito de estufa a partir dos solos espera-se que seja particularmente substancial no extremo norte da Europa e na Rússia, onde o descongelamento do permafrost pode libertar grandes quantidades de metano, um gás com efeito de estufa muito mais potente do que o dióxido de carbono.

Ainda não é claro qual poderá ser o efeito global desta situação, porque diferentes regiões absorvem e emitem diferentes quantidades de gases com efeito de estufa. Mas há um risco claro de que um clima mais quente pode levar a que o solo liberte mais gases com efeito de estufa, que podem consequentemente aumentar a temperatura, num círculo vicioso.

Existem evidências recentes que defendem que restaurar alguns ecossistemas pode realmente ajudar na captação do carbono da atmosfera. Por exemplo, a restauração de turfeiras demonstrou ser uma resposta bem sucedida para a perda de carbono orgânico que resulta da exploração de turfa para a produção de energia. A maneira mais rápida de aumentar o carbono orgânico no solo é converter terras aráveis em pastagens, de acordo com um estudo do Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia.

Se geridos de forma correta, os solos podem ajudar a reduzir a concentração dos gases com efeito estufa e na adaptação aos piores efeitos das alterações climáticas.

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