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Conferência Internacional sobre Espécies Exóticas Invasoras – 3 a 6 de Setembro (Lisboa)

Entre os dias 3 e 6 de setembro, Lisboa foi palco da 13ª Conferência Internacional de Invasões Biológicas, um evento que reuniu especialistas mundiais na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, para discutir abordagens e descobertas mais recentes sobre as Espécies Exóticas Invasoras, tanto em ecossistemas aquáticos como terrestres.
 
De acordo com a ONU, o impacto económico destas espécies excede os 390 mil milhões de euros anuais, afetando negativamente a qualidade de vida humana, principalmente através da propagação de doenças, e sendo responsável por 60% das extinções recentes.

A organização desta iniciativa foi da responsabilidade do MARE – Centro de Ciências do Ambiente, com o apoio das Universidades de Lisboa e de Évora. Durante os três dias de conferência, mais de 460 especialistas, de cerca de 50 países, partilharam e debateram avanços científicos e estratégicos em diversas áreas, incluindo:

  • avaliação de risco;
  • gestão e o controlo de espécies invasoras;
  • inovação em deteção e monitorização;
  • rotas de introdução e dispersão de espécies;
  • impactos ambientais e socioeconómicos resultantes das invasões biológicas.
Programa

O evento contou com intervenções de dois cientistas de renome internacional: Anthony Ricciardi e Gregory Ruiz, ambos reconhecidos pelas suas contribuições estratégicas na área das invasões biológicas, que apresentaram uma perspectiva global sobre os desafios e soluções para mitigar os impactos destas espécies.

No período pré-conferência, foram realizados workshops temáticos, dedicados a questões cruciais como projetos LIFE focados em invasões biológicas, metodologias de avaliação e gestão, aproveitamento económico de espécies invasoras, formulação de políticas públicas e ciência cidadã. Estes workshops proporcionaram uma oportunidade única para formação especializada e troca de conhecimentos entre profissionais e investigadores.

Paralelamente, a organização preparou visitas técnicas a Sintra, ao Estuário do Sado e ao Rio Tejo, permitindo aos participantes observar de perto algumas das espécies invasoras presentes nos ecossistemas locais e conhecer os projetos em curso para o seu controlo.

Em Portugal, o combate às espécies invasoras conta com diversas ações coordenadas que incluem projetos de investigação, iniciativas de conservação financiadas pelo programa LIFE e a implementação de planos de ação específicos para o controlo de espécies particularmente problemáticas. O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) lidera esses esforços, focando-se no controlo e erradicação das invasões biológicas em território nacional.

De entre diversos planos de ação em curso, destacam-se o controlo do lagostim-vermelho-da-luisiana (Procambarus clarkii) e da erva-das-pampas (Cortaderia selloana).

A erradicação da rã-de-unhas-africana (Xenopus laevis), presente nas ribeiras da Laje e de Barcarena, é também um exemplo dos esforços contínuos no combate a espécies invasoras.

Está ainda em vigor os planos de gestão para a amêijoa-japonesa (Ruditapes philippinarum) e para o peixe-gato (Silurus glanis), ambas espécies que continuam a representar desafios significativos nos ecossistemas aquáticos portugueses.

Porque falamos em espécies exóticas invasoras?

Num mundo cada vez mais interligado pela globalização, o movimento constante de pessoas e bens, proporciona oportunidades para que espécies se estabeleçam em novos territórios, onde antes não existiam.

Essas espécies, quando introduzidas intencionalmente ou por acidente fora de sua área de distribuição natural, são conhecidas como espécies exóticas. Embora algumas consigam coexistir de forma equilibrada com as espécies nativas, outras escapam ao controle humano, causando sérios impactos nos ecossistemas que invadem. Essas são as chamadas espécies exóticas invasoras.

Atualmente, as espécies exóticas invasoras estão entre as 5 maiores ameaças à biodiversidade, causando impacto nos ecossistemas ao competirem com espécies nativas, muitas vezes levando-as à extinção. Esse desequilíbrio compromete os serviços ecossistémicos essenciais, como a produção de alimentos e fornecimento de água, para além de promover a aparecimento de doenças.

Ações de detenção, cultivo, criação, comércio, introdução na natureza e o repovoamento de espécies incluídas na Lista Nacional de Espécies Invasoras, disponibilizada pelo ICNF, são atualmente interditas.

NOCTULA – Consultores em Ambiente elabora e implementa planos de gestão para espécies específicas de fauna e flora e medidas de minimização e compensatórias de impactes sobre as mesmas.

O Plano de Monitorização dirigido à espécie Murbeckiella sousae na área dos parques eólicos de Seixinhos e Penedo Ruivo (Serra do Marão) foi um dos muitos trabalhos realizados pela NOCTULA – Consultores em Ambiente no âmbito da Monitorização de Sistemas Ecológicos.

Outros trabalhos neste âmbito:

 

Caso necessite de algum serviço na área da Monitorização de Sistemas Ecológicos, não hesite em contactar-nos.

Fontes: mare-centre;neobiota2024; ICNF

Imagem de destaque: Retirada da plataforma Freepik.

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