A associação ambientalista ZERO, com base nos relatórios oficiais do Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE), divulgou um ranking em que aponta a Central Termoelétrica de Sines como a empresa com maior emissão de gases com efeito de estufa em Portugal, com um índice de 13,5% em 2015.
Para além da Termoelétrica de Sines, propriedade da EDP, a ZERO aponta também outra companhia do mesmo setor, a Termoelétrica do Pego, da Tejo Energia, com uma percentagem de 5,6%.
Segundo a ZERO, os números mostram “o enorme peso das duas centrais de produção de energia elétrica a partir da queima de carvão”, o que leva os ambientalistas a defenderem o encerramento destas centrais que deveriam ser substituídas por centrais de ciclo combinado a gás natural, mais amigas do ambiente, emitindo aproximadamente um terço menos de dióxido de carbono.
Estas centrais têm mecanismos para remoção de grande parte de determinados poluentes atmosféricos, mas o mesmo não acontece em relação às emissões de dióxido de carbono (CO2). Devido à sua baixa eficiência na queima, têm uma emissão de cerca de 970 g/CO2eq. por cada quilowatt-hora (kWh) produzido.
O presidente da ZERO afirma ainda, que as centrais de Sines e do Pego não são eficazes na eliminação das emissões de dióxido de carbono, pelo que têm emissões quase três vezes superiores a uma central que use gás natural.
Para comparação é importante referir que uma central de ciclo combinado a gás natural emite 386 g CO2eq / kWh, e as centrais renováveis como hídrica, solar ou eólica têm emissões zero.
A Refinaria de Sines da Petrogal com 3,9%, e o Centro de Produção de Alhandra da Cimpor, empresa da indústria cimenteira Cimpor, com 2%, também são também duas das empresas que mais poluem em Portugal. Enquanto a Cimpor reduziu as emissões em 11,1% entre 2014 e 2015 devido, em grande parte, à crise no setor da construção, a refinaria de Sines aumentou 14,8%. A lista das cinco mais poluentes encerra com as emissões da companhia aérea TAP com 1,8%.
Também de acordo com a ZERO o transporte rodoviário é o setor com maior peso ao nível das emissões poluentes, emitindo 23,5% dos gases com efeito de estufa produzidos em Portugal. Segue-se a produção de eletricidade, com 22,5% das emissões de gases nacionais, devido principalmente ao contributo das centrais termoelétricas de Sines e do Pego.
Contabilizando apenas o transporte rodoviário e a produção de eletricidade, estes setores são responsáveis por 46% das emissões portuguesas de gases com efeito de estufa.
Na listagem de setores mais poluentes está também a indústria cimenteira (6,1%), os aterros (5,9%) e a fermentação entérica (ruminantes – 5,3%).
O ranking foi divulgado no dia anterior à entrada em vigor do Acordo de Paris, sobre as mudanças climáticas, a 4 de novembro de 2016, menos de um ano após a sua aprovação. Este acordo estabelece uma estratégia para que todos os 197 países signatários limitem o aumento da temperatura global e se mantenham fortes, frente aos impactos da mudança climática.
A União Europeia parece estar em acordo a utilização do gás natural, estipulando o gás natural como um combustível de transição, para uma economia de baixo carbono e, a partir daí, passar a uma ascensão para as energias renováveis.
Carlos Afonso Sobral, responsável da Selectra Portugal empresa comparadora de tarifas de energia no mercado livre, abordou este tema dizendo que: “Realmente, o gás natural apresenta muitas vantagens ambientais quando comparado a outros combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo. Em relação ao carvão, este chega a emitir de 40 a 50% menos de dióxido de carbono. Em Portugal, em setembro deste ano, o consumo desta fonte de energia foi 10,6% maior que no mesmo período do ano anterior, então é importante aproveitar este crescimento.”.
Este tema foi sugerido pela equipa Selectra, líder no aconselhamento de tarifas de gás natural e eletricidade em França e em Espanha e agora a Portugal. Atualmente tem ao seu dispor o site dirigido aos consumidores de energia onde podem comparar as tarifas e ter toda a informação relacionada com o mercado livre.
Fontes: TSF, observador, Público
Imagem de destaque: Central Termoelétrica de Sines