Após 30 anos de declínio, a espessura da camada de ozono está a aumentar, ou seja o buraco de ozono está a diminuir. O estudo foi publicado pelo Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP) e coloca os valores atuais numa tendência de recuperação a caminho dos registados em 1980, altura em que a camada de ozono começou perigosamente a perder espessura.
O ozono distribui-se em volta do planeta Terra numa camada bastante fina que serve de filtro às radiações ultravioleta, responsáveis por muitos efeitos nocivos para os seres vivos e em particular para a saúde humana; o cancro da pele é o seu efeito mais nefasto.
Os ciclos de distribuição do ozono — buraco de ozono — são sazonais e variam naturalmente porque estão relacionados, entre outros fatores, com a circulação de ar nas camadas mais altas da atmosfera terrestre. Há muito tempo que os cientistas perceberam que a sua espessura é também influenciada pela composição química da atmosfera.
O Protocolo de Montreal foi assinado em 1987 e nele consta uma lista de substâncias quimicamente responsáveis pela degradação química do ozono — e consequentemente, pela sua destruição. Os mais conhecidos são os CFCs (clorofluorcarbonetos), durante décadas usados nos sprays e nos eletrodomésticos (por exemplo nos frigoríficos). A sua produção foi banida em todo o mundo, mas ainda existem reservas no ambiente e na atmosfera.
Os cientistas afirmam que a proibição dos compostos perigosos está a ter efeito e se esta tendência continuar, em 2050 a camada de ozono deve atingir a espessura medida no início da década de 1980.
Contudo, os especialistas alertam que os gases que estão a ser usados para substituir os perigosos CFCs não são inócuos, pelo contrário, muitos deles contribuem para o “efeito de estufa” e consequentemente para o aquecimento global.
O relatório da UNEP sublinha que a camada de ozono e o aquecimento global estão relacionados mas têm de ser analisados em separado, ou seja, que a recuperação da espessura da camada de ozono — e com isso a menor entrada de raios ultravioleta — não significa que os gases de estufa estejam a diminuir, pelo contrário.
Fonte: Pedro Esteves em Observador
Imagem em destaque: Nasa