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Portugal alcançará a meta de energias renováveis?

O presidente da Associação de Energias Renováveis (APREN), António Sá da Costa, numa entrevista que concedeu ao jornal Dinheiro Vivo, disse acreditar que Portugal não conseguirá cumprir a meta de energias renováveis estabelecida no Acordo de Paris.

Todos os países que assinaram o tal acordo comprometeram-se em aumentar o consumo a partir de fontes de energias renováveis em 30%, até 2020. Deste valor, 60% devem ser procedentes da eletricidade, 10% dos transportes e o restante do aquecimento e arrefecimento. Segundo contas feitas pela APREN, provavelmente, o país irá aproximar-se da meta em energia elétrica, alcançando até 58%, mas não irá ultrapassar este valor.

No entanto, para contrariar as expectativas de António Sá, o Governo anunciou na semana passada um investimento de mais de 800 milhões de euros em novos projetos de energias renováveis, com capacidade instalada de até 750 megawatts, e sem tarifas feed-in (tarifas subsidiadas pelos consumidores).

Entre as licenças aprovadas estão: a construção de centrais solares, outras de biomassa e ainda o projeto windfloat, para exploração do recurso eólico em águas profundas. A EDP Renováveis divulgou também, a instalação de mais 216 megawatts em parques eólicos.

Carlos Afonso Sobral, responsável da Selectra Portugal, empresa especialista no mercado livre de energia, é positivo em relação à situação do país na meta das energias renováveis “em aproximadamente 15 anos (o que é, relativamente, pouco, quando falamos deste setor), Portugal transformou o seu cenário energético. O país passou de uma quase total dependência de combustíveis fósseis para, atualmente, ter conseguido fechar o ano de 2016 com uma percentagem de 64% do consumo elétrico com origem em energias limpas. Vale lembrar também que, em maio do ano passado, conseguimos manter-nos 107 horas consecutivas somente à base de fontes renováveis. Já avançamos muito e creio que o futuro de Portugal é, realmente, prometedor, quando falamos de sustentabilidade no setor energético”.

Da mesma forma, para contribuir no alcance da meta do acordo de Paris de energia renovável nos transportes, até 2018 Portugal deverá ter em operação 1604 pontos de carregamento normal de carros elétricos na via pública, além de 50 pontos de carregamento rápido. Recentemente, a EDP e a Repsol comunicaram a instalação, nas estações de serviço de Leiria e Antuã, na A1, de pontos em que, segundo estas companhias, será possível carregar 80% da bateria do automóvel em até 20 minutos. A escolha estratégica destas localizações foi com o objetivo de permitir que a maioria dos veículos elétricos possa, com uma só paragem, fazer a ligação entre Porto e Lisboa.

Vale ressaltar aqui que, Portugal, em 2015, teve a sétima maior quota de energias renováveis, da União Europeia, no mix energético total, com 27%, apenas 3% abaixo da meta estabelecida para 2020.

Este artigo foi produzido pela equipa Selectra, líder no aconselhamento de tarifas de gás natural e eletricidade em França e Espanha e agora em Portugal. Atualmente tem ao seu dispor o site dirigido aos consumidores de energia onde podem comparar as tarifas e ter toda a informação relacionada com o mercado livre.

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