O relatório The Global Land Outlook apresentado na 13.ª Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação, que decorreu em Ordos, cidade situada no norte da China, salienta que um terço dos solos está severamente degradado e que o consumo das reservas naturais do planeta duplicou nos últimos 30 anos.
O relatório refere ainda que em cada ano o planeta perde 15 mil milhões de árvores e 24 mil milhões de toneladas de solo fértil.
A perda da qualidade e quantidade de recursos de terra sustentáveis e produtivos é uma preocupação global imediata, especialmente nos países em desenvolvimento. Suspender e reverter a degradação dos solos é uma das principais prioridades de desenvolvimento sustentável para a maioria dos países.
A conferência focou-se no tema “colaborações para a prevenção e tratamento da desertificação” e teve como objetivos, a concretização da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, a elaboração de um novo enquadramento estratégico e definição da meta para a realização de crescimento zero na desertificação dos terrenos.
Em resposta a este desafio global, a United Nations Convention to Combat Desertification’s – UNCCD, criou uma publicação e plataforma de comunicações estratégicas, intitulada Global Land Outlook (GLO) que aborda os futuros desafios e oportunidades para a gestão e restauração de recursos fundiários no contexto do desenvolvimento sustentável, incluindo:
- Segurança alimentar, aquática e energética;
- Mudança climática e conservação da biodiversidade;
- Desenvolvimento urbano e de infra-estruturas;
- Migração, conflitos e segurança humana.
Principais conclusões do relatório:
- Os pequenos agricultores, as mulheres e as comunidades indígenas são as populações mais vulneráveis, dada a dependência de recursos da terra;
- Mais de 1,3 mil milhões de pessoas estão presas a solos agrícolas degradados, fazendo aumentar dramaticamente a luta por áreas fundamentais como: alimentação, água e energia;
- Mais de 250 milhões de pessoas são diretamente afetadas pela desertificação e cerca de mil milhões estão em risco numa centena de países;
- De 1998 a 2013, cerca de 20% da superfície da terra coberta por vegetação perdeu produtividade, sendo que as más práticas de gestão dos solos são responsáveis por 25% dos gases com efeito de estufa;
- Estima-se que a África Subsariana, a Ásia Meridional, o Médio Oriente a o Norte de África serão as regiões que no futuro terão maiores problemas, pela degradação dos solos, mas também pelo crescimento demográfico, pobreza, falta de água e “elevadas perdas de biodiversidade”;
- Uma minoria enriqueceu com o uso não sustentável e a exploração em larga escala dos recursos da terra, dessa forma é necessário repensar a forma de planificar, utilizar e gerir os solos.
A construção, impermeabilização, erosão, diminuição do teor de matéria orgânica, perda de biodiversidade e contaminação estão a afetar a quantidade e qualidade do solo disponível para a sobrevivência humana.
O estudo conclui que uma planificação, gestão e utilização sustentável dos solos determinará o futuro dos recursos e o êxito ou fracasso da redução da pobreza, da segurança alimentar e da água e a redução dos riscos decorrentes das alterações climáticas.
Pode consultar o relatório completo, clique aqui.
Fontes: Ambiente Magazine, Quercus