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Relatório Planeta Vivo 2020: Pegada Ecológica de Portugal aumenta

Nos últimos 50 anos o Planeta sofreu uma grande transformação devido à explosão do comércio global, do crescimento da população humana, do consumo e ainda da crescente urbanização. Estes fatores colocam uma enorme pressão na natureza, levando a consequências como a perda de habitat e alterações climáticas.

O mais recente relatório Planeta Vivo 2020 (Living Planet Report 2020), divulgado pela World Wildlife Found (WWF), concluiu que “nos últimos 50 anos perderam-se 68% das populações monitorizadas de mamíferos, aves, anfíbios, répteis e peixes”.

O Living Planet Report é lançado a cada 2 anos e consiste num estudo abrangente das tendências da biodiversidade global e da saúde do planeta.

Pode consultar o relatório completo, AQUI.

Através de vários indicadores, incluindo o Índice Planeta Vivo (LPI), fornecido pela Zoological Society of London (ZSL), este relatório, que já vai na sua 13ª edição, fornece-nos evidências científicas de que atividade humana insustentável está a levar os sistemas naturais do planeta ao limite.

Os dados deste relatório são recolhidos de quase 4.000 fontes, usando dispositivos de áudio para monitorizar sons de insetos, drones e marcação de satélite para rastrear populações em movimento. É também usada a tecnologia blockchain para rastrear o impacto das colheitas nas populações selvagens.

A divulgação do relatório aconteceu poucos dias antes da 75ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, uma reunião onde os líderes mundiais avaliam o progresso feito nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, no Acordo de Paris e na Convenção da Diversidade Biológica (CDB) e definem o quadro de ação pós-2020 para a biodiversidade global.

Principais conclusões do Living Planet Report 2020

Declínio médio de 68% nas cerca de 20 mil populações de 4.392 espécies de mamíferos, aves, peixes, répteis e anfíbios, monitorizadas em todo o mundo entre 1970 e 2016.

As taxas de declínio variam de região para região do planeta, sendo mais acentuada nos trópicos, com a América do Sul e Central a revelar perdas de 94%, seguida de África (65%) e da região da Ásia- Pacífico (45%). Já a América do Norte apresenta um declínio de 33% e a Europa e a Ásia Central de 24%.

As principais causas para o declínio estão associadas:

  • à perda e degradação de habitat,
  • à desflorestação e alteração de usos do solo, impulsionada pela produção e consumo de alimentos e pela forma como emitimos gases de efeito de estufa.

 

A conversão de terras para produção alimentar é classificada como a principal causa da perda de natureza.

Cerca de 50% da área habitável de todo o mundo está a ser usada para agricultura, desde plantações até à criação de animais.

Exemplo de perda de biodiversidade: Na região do Cerrado na América do Sul localiza-se a savana com a diversidade mais rica do mundo. Esta região é uma importante fonte de água e tem uma grande capacidade de absorção de carbono que, caso contrário, seria libertado na atmosfera levando ao aceleramento das alterações climáticas. O relatório “Planeta Vivo 2020” indica que metade da região já se perdeu para a criação de gado e produção de soja para consumo em todo o mundo.

O Índice de Integridade da Biodiversidade mostrar uma ligeira tendência positiva para a Europa, o que significa que as medidas de restauração da natureza ao abrigo das Diretivas Aves e Habitats da UE estão a funcionar e devem ser implementadas com maior ambição.

Principais ameaças à natureza 

Fatores diretos: 

  1. Poluição
  2. Sobrexploração
  3. Alterações climáticas
  4. Perda e degradação de habitat
  5. Espécies invasoras

 

Fatores indiretos:

  1. Consumo
  2. Aumento da população
  3. Epidemias
  4. Economia/Governação
  5. Tecnologia
  6. Conflitos

 

Pressões:

  1. Turismo
  2. Pescas
  3. Agricultura
  4. Infraestruturas
  5. Silvicultura
  6. Mineração
  7. Energia

 

Em comunicado, Tanya Steele, diretora-executiva da WWF, explica que com a queima de florestas, a poluição e sobreexploração dos mares e a destruição de áreas selvagens, estamos a destruir a única casa que conhecemos, arriscando a nossa saúde, segurança e sobrevivência  na Terra. Tanya Steele explica ainda que “se nada mudar, as populações de animais irão continuar a desaparecer, levando a vida selvagem à extinção e ameaçando a integridade dos ecossistemas dos quais dependemos”.

Pegada Ecológica

Enquanto a biodiversidade revela uma tendência decrescente, a Pegada Ecológica sobre a Terra aumenta. Este é um outro indicador-chave referenciado no relatório Planeta Vivo 2020, que ilustra bem como a nossa crescente procura pelos recursos naturais se tornou insustentável.

Segundo os dados do Relatório Planeta Vivo, a pegada ecológica per capita em Portugal aumentou significativamente entre 2018 e 2020. O país encontra-se atualmente posicionado no 46.º lugar a nível mundial, com 4,1 hectares de terra necessários por pessoa, enquanto que no ranking anterior aparecia em 66º. O relatório refere que os portugueses precisam agora de 2,52 planetas para manter o seu atual estilo de vida.

Catarina Grilo, diretora de conservação da ANP/WWF, explicou que esta realidade “está relacionada com o crescimento do consumo e do turismo, associados ao crescimento da economia nacional depois da crise económica”.

A liderar o ranking do pior desempenho ambiental está o Qatar. Países como os Estados Unidos, Austrália, Canadá, França, Itália, Reino Unido, Países Baixos, Bélgica, Suíça e Alemanha revelam uma Pegada Ecológica superior à de Portugal.

 

Propostas da WWF

Apesar do cenário de perda de biodiversidade, os investigadores consideram que “a conservação funciona e que as espécies podem ser trazidas do limiar da extinção.” Desde que haja, “dedicação, investimento e conhecimento, estas tendências podem ser revertidas.”

A ANP/WWF defende que os compromissos devem ser seguidos por cidadãos, empresas e governos. Desses compromissos constam ações como:

Aposta no consumo sustentável. Ex: consumo de carne produzida em pastagens inseridas em sistemas agro-silvopastoris, como o montado Português;

Aposta em alimentos produzidos de forma sustentável e que valorizem os serviços dos ecossistemas, em terra ou no mar;

Escolher produtos provenientes de florestas com gestão certificada;

Recusa de produtos de plástico descartável (como pratos, copos ou talheres de uso único);

Proteger as linhas costeiras;

Aumentar os esforços de conservação;

Criar mais apoios para a reflorestação;

Trazer a natureza para as cidades, através de plantação de árvores e criação de telhados e paredes verdes.

A investigadora Catarina Grilo afirma que “no meio de uma pandemia global é mais importante que nunca iniciar uma ação global coordenada e sem precedentes para até 2030 haver zero perda de habitats, zero extinção de espécies e populações de vida selvagem em todo o mundo, e reduzir para metade a nossa pegada ecológica.”

Segundo o Ministro do Ambiente e das Alterações Climáticas, estão previstos 1,2 mil milhões de euros de vários fundos portugueses e europeus para se poder recuperar habitats, restaurar ecossistemas e eliminar ameaças à biodiversidade entre 2021 e 2027.

Fontes: Expresso, Wilder, WWF, wwf.panda

Um dos serviços ambientais prestados pela NOCTULA – Consultores em Ambiente consiste na Monitorização de Sistemas Ecológicos, nomeadamente:

  • Monitorização de Aves;
  • Mamíferos terrestres, marinhos e voadores;
  • Fito e Zooplâncton;
  • Invertebrados;
  • Herpetofauna (anfíbios e répteis);
  • Monitorização de Flora, Vegetação e Habitats.

 

Dois dos muitos trabalhos realizados pela NOCTULA nesta área são, nomeadamente: Monitorização de Tartaranhão-caçador no parque eólico de Negrelo e Guilhado e Atividade e mortalidade de Aves e Quirópteros – Parque Eólico Testos II.

Caso necessite de algum serviço na área da Monitorização de Sistemas Ecológicos, não hesite em contactar-nos.

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