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Região Vale do Côa vai receber um corredor para a vida selvagem

Portugal irá receber financiamento para a criação de um novo corredor ecológico com 120.000 hectares, situado no  Vale do rio Côa, entre a Serra da Malcata e o Canhão Fluvial do Douro.

Este projeto receberá cerca de 2,6 milhões de euros pelo Endangered Landscapes Programme (ELP), entre 2019 e 2023.

O principal objetivo é criar um corredor crucial para a vida selvagem no Vale do Grande Côa e transformar esta região que atualmente tem níveis elevados de despovoamento rural e perda de espécies, numa região com novas oportunidades para a vida selvagem.

A reintrodução de espécies e a recuperação da floresta mediterrânica rica em biodiversidade criarão as condições para o retorno da vida selvagem.

A região Vale do Côa é composta por escarpas íngremes, florestas de sobreiro e azinho, matagal mediterrâneo, olival e amendoal tradicional. A criação deste novo corredor pode trazer de volta várias espécies selvagens.

Esta região é de grande importância para aves de rapina e outras aves planadoras, que nidificam nas falésias dos rios Douro, Águeda e Côa. As populações de abutres egípcios e pretos e a águia de Bonelli são também dependentes do habitat desta zona. O javali, o lobo e lince ibérico e o corço são outros exemplos de espécies chave que ajudam a moldar a ecologia e biodiversidade do Vale do Grande Côa.

Benefícios deste projeto

Este projeto irá restaurar a vida selvagem e os processos naturais nas paisagens do Vale do Côa, ligando o vale com as áreas protegidas existentes e criando assim um corredor único de vida selvagem com cerca de 120.000 hectares.

A paisagem natural revitalizada proporcionará importantes serviços eco-sistémicos, como a prevenção de incêndios, criação de alimento, produtos locais e oportunidades empresariais, como o turismo de vida selvagem.

Principais objetivos

– Aumentar o funcionamento natural e a biodiversidade do Vale do Côa, ligando as áreas protegidas existentes;

 

– Restaurar as populações das principais espécies de vida selvagem:

  • reintrodução do Corço,
  • facilitar a disponibilidade de carcaças para a população de abutres em crescimento;
  • criar condições para o retorno espontâneo de espécies como o lince e o lobo ibéricos.

 

Reduzir as principais ameaças a habitats e espécies como:

  • caça furtiva;
  • envenenamento;
  • fogo;
  • prevenir e mitigar conflitos entre humanos e animais selvagens (ex: entre lobos e proprietários de gado).

 

Estabelecer uma nova economia regional, investindo em programas de educação e formações para guias de vida selvagem e apoiando empresas locais baseadas em negócios de natureza.

Pedro Prata, líder da equipa do Rewilding Western Iberia, explica que o objetivo é “ampliar aquilo que já se está a fazer na Reserva da Faia Brava, a toda a área do Côa”. 

A Reserva da Faia Brava, com cerca de 1.000 hectares, situa-se nos concelhos de Pinhel e Figueira de Castelo Rodrigo e é uma das 9 áreas piloto do projeto Europeu Rewilding Europe – Making Europe a Wilder Place.

Desde janeiro de 2019, que o projeto Scalling up Rewilding in Western Iberia começou a introduzir um conjunto de medidas, através de uma parceria com a Associação Transumância e Natureza (ATNatureza), Universidade de Aveiro e a Zoo Logical.

Medidas previstas
  • Criação de uma área protegida de 35.000 hectares no Vale do Côa.

 

Esta medida pretende criar uma área protegida única, que englobe as áreas já existentes (Zona de Protecção Especial (ZPE) do Vale do Côa, a Reserva da Faia Brava e o Parque Arqueológico. Pedro Prata explica que “em vez de termos 3 proteções diferentes, vamos propor uma proteção única, coerente e articulada”.

Os principais beneficiários são as espécies-presa: coelho-bravo, perdiz, corço e as espécies carnívoras como o lobo-ibérico e o lince-ibérico.

  • Reintrodução de cavalos selvagens, tauros (gado bovino re-naturalizado), corços e veados e a promoção de uma rede de áreas naturalmente pastoreadas.

O Vale do Côa tem potencial para se tornar uma das principais rotas de migração para a vida selvagem nesta zona da Península Ibérica, e a sua orientação norte-sul permite que funcione como um corredor para as espécies que precisam de se adaptar às alterações climáticas.

Pedro Prata afirmou que o objetivo não é apenas “(…) limitar e estancar declínios de espécies. Queremos promover uma maior qualidade de habitats, com muito mais biodiversidade”.

No âmbito da construção e exploração de infraestruturas rodoviárias a NOCTULA – Consultores em Ambiente participou em vários projetos, tendo sido responsável, nomeadamente na:

— Elaboração do Guia de Identificação de Animais Atropelados na Subconcessão do Douro Interior;

— Monitorização do Efeito de Exclusão sobre a Fauna no Lote 8 da Subconcessão rodoviária do Douro Interior;

— Monitorização de Quirópteros e de Flora no Lote 7 da Subconcessão rodoviária do Pinhal Interior.

Caso necessite de algum serviço nestas áreas, não hesite em contactar-nos.

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