A passagem de uma economia linear, em que produzimos, consumimos e geramos lixo, para uma economia circular, onde após o ato de consumo, voltamos a reutilizar, a reciclar ou reparar, exige metas de reciclagem cada vez mais ambiciosas.
No final do ano 2017, os membros da União Europeia e do Parlamento Europeu, chegaram a acordo para impor o objetivo de reciclagem obrigatória de resíduos urbanos, que deverá crescer gradualmente até atingir os 65% em 2035.
Apesar das novas metas necessitarem de ser formalmente aprovadas, os objetivos da UE para a reciclagem de resíduos urbanos propõe uma percentagem de 55% em 2025, 60% em 2030 e 65% em 2035. Também ficou acordado reduzir para 10% o desperdício urbano que acaba em aterros sanitários em 2035.
Segundo o último Relatório do estado do Ambiente (REA 2017), Portugal assistiu a um período de redução da produção de resíduos urbanos no início desta década, porém, desde 2014 que a produção tem vindo a aumentar, cifrando-se, em Portugal continental, nos 4,64 milhões de toneladas em 2016 (+2,6% face a 2015), o que corresponde a uma produção diária de 1,29 kg por habitante.
Em 2014, Portugal apenas reciclou 30% dos seus resíduos, bem abaixo da média europeia situada em 44%, e depositou quase metade de todos os resíduos em aterros (49% vs 28% de média UE).
O depósito em aterros é a opção mais barata mas é também a mais prejudicial para o ambiente e para a saúde humana. É por essa razão que se pretende promover a utilização de outras alternativas como a incineração ou, preferencialmente, a reciclagem, reutilização e reparação.
Por outro lado, embora a incineração seja uma melhor alternativa que o depósito em aterros, taxas altas de incineração podem levar a baixas taxas de reciclagem. Alguns países, como a Finlândia e a Dinamarca, possuem elevadas taxas de incineração porque a utilizam como uma forma de produzir energia.
Metas para todos os tipos de resíduos
Relativamente às embalagens o acordo menciona valores de 65% em 2020 e 70% em 2030, um pouco menos ambicioso para o plástico, que fica pelos 50% e 55% respetivamente.
No que diz respeito ao papel ou cartão as percentagens focam-se nos75% em 2020 e 85% em 2030. No caso do vidro os valores centram-se nos 70% e 75% respetivamente.
Já os resíduos de alumínio apresentam percentagens de 50% em 2020 e 60% em 2030. Quanto ao metal ferroso os valores estão nos 70% e 80% respetivamente.
Por outro lado, 30% das embalagens de madeira deverão ser recicladas na UE em 2030, 5% a mais do que em 2025.
Fonte: europarl.europa