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Combinar energia hídrica e energia fotovoltaica? Já é possível!

Parece que a exploração dos vários recursos renováveis veio para ficar!

O recurso às energias renováveis está atualmente com um alto nível de competitividade, fazendo com que cada vez mais empresas explorem diferentes soluções com base nesses recursos e na tecnologia mais avançada que vai surgindo nesta área. Estes investimentos são boas notícias para a sustentabilidade ambiental, que necessita cada vez mais da ajuda destes recursos naturais.

Neste contexto, não é de todo surpreendente que a combinação da Energia Hídrica e a Energia Fotovoltaica já seja possível e em Portugal, mais concretamente na albufeira da barragem do Alto Rabagão, em Montalegre.

Numa parceria entre EDP Produção, EDP Comercial, EDP Renováveis, está a ser implementado em Portugal a plataforma do primeiro projeto-piloto europeu que combina produção hidroelétrica e produção fotovoltaica.

Esta plataforma de painéis fotovoltaicos flutuantes, está a produzir energia elétrica solar, desde novembro de 2016, este que é um projeto inovador em Portugal e começou a ser pensado em 2015.

A estrutura faz lembrar uma gigantesca peça de lego a boiar sobre a mancha azul, tem 840 painéis fotovoltaicos assentes numa plataforma flutuante de 2500 metros quadrados. A plataforma está presa ao solo granítico da barragem com oito pontos de ancoragem, tendo sido precisos dois meses de obra e 13 empresas para que este projeto ganhasse forma. A empresa francesa Ciel & Terre, especializada no fabrico dos painéis fotovoltaicos flutuantes, foi a principal fornecedora deste projeto, tendo contribuído através da instalação da tecnologia Hydrelio, uma plataforma solar flutuante, testada pela ONERA (um laboratório aeroespacial francês), que pode suportar ventos até 118 mph e mudanças em níveis de água de 20 pés.

Plataforma Hydrelio

A empresa sueca Seaflex foi responsável pelos cabos de amarração, e a islandesa Hafbor Ehf, teve a seu cargo a fixação da plataforma ao leito do rio.

Das várias barragens que a EDP tem atualmente, a barragem do Alto Rabagão foi a escolhida por ter condições mais adversas entre todas as albufeiras. Esta barragem tem uma profundidade de 60 metros nas zonas mais fundas, oscilações de 30 metros no nível da albufeira, ventos muito fortes e ondulações que podem chegar a um metro, sendo por isso, do ponto de vista técnico o mais desafiante, afirmou Miguel Patena, diretor da EDP Produção que coordena o projecto.

Albufeira da barragem do Alto Rabagão, em Montalegre

Por uma questão de inclinação, as soluções flutuantes, têm a vantagem de serem mais compactas do que as terrestres, ocupando menos espaço para capacidades de produção equivalentes.

EDP quer comprovar “durante pelo menos um ano” que o rendimento da produção flutuante é superior “entre 10% a 15%” ao da produção em terra. Miguel Patena, afirma que “há mais produção por cada watt instalado na solução flutuante, pelo efeito de arrefecimento dos painéis, o que torna estas soluções mais atrativas do que investimentos idênticos em terra”.

Este projeto piloto com uma potência de 220 quilovolts (KW), ou seja, produz energia equivalente ao consumo médio anual de 90 famílias, aproveitou-se da infraestrutura já existente na barragem, logo não foi preciso instalar uma nova linha de escoamento de energia com o inerente impacto ambiental e o custo associado, afirma Miguel Patena.

Esta plataforma solar flutuante tem ainda outras vantagens ambientais.

  • Uma vez que o espelho de água já existe, os painéis flutuantes, evitam a ocupação de solos.
  • Ocupa três a seis vezes menos espaço do que uma instalação em terra. A ocupação ronda os 1,2 hectares de superfície aquática por megawatt de potência instalada, contra os três a seis hectares necessários no solo.
  • Em água os painéis podem-se desmontar rapidamente “sem deixar vestígios” e, portanto, “a pegada é nula”.

 

Para já esta instalação está a vender energia ao abrigo do regime de autoconsumo, como unidade de pequena produção, no entanto a EDP pretende continuar a estudar o funcionamento, a exploração e os resultados de exploração desta solução, tendo como objetivo  replicá-la em outras barragens e aumentar a produção à escala de mercado, com a sua exportação.

Atualização:

Segundo um comunicado da EDP, “o primeiro ano de testes demonstra que a plataforma instalada na albufeira do Alto Rabagão é mais eficiente do que as soluções em terra.”

A Central Solar Fotovoltaica Flutuante, que a EDP instalou na albufeira do Alto Rabagão, em Montalegre, concluiu a 30 de novembro de 2017 um ano de demonstração e os resultados superaram as expetativas.

Beneficiando de um ano bastante favorável no que respeita à radiação solar, a plataforma gerou uma produção líquida 5% acima do previsto, o que representa um acréscimo de 15MWh.

A central tem uma potência instalada de aproximadamente 220kWp e uma produção anual estimada de cerca de 300 MWh.

Foi possível concluir também que esta Central Solar Fotovoltaica Flutuante foi ainda capaz de suportar um inverno rigoroso em 2016, com ondulação de cerca de um metro, temperaturas muito baixas e ocorrência de neve.

Esta tecnologia tem também inúmeras vantagens ambientais relacionadas com a:
  • proteção da radiação solar no meio subaquático;
  • menor proliferação de algas e redução do consequente efeito eutrofizante;
  • diminuição de emissões de gases de efeito estufa.

 

Fontes: Público, RTP, EDP

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  • Pedido de Enquadramento no Procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA);
  • Estudos relacionados com os procedimentos de Avaliação de Impactes (EIA) e Incidências Ambientais (EIncA);
  • Relatórios de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (RECAPE);
  • Estudos de Macrocondicionantes;
  • Elaboração e Implementação de Medidas Minimizadoras e Compensatórias.

 

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