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Estudo das comunidades piscícolas ribeira de Santa Natália

A NOCTULA – Consultores em Ambiente foi responsável pelo Estudo da recuperação da conectividade fluvial e da qualidade ecológica da bacia hidrográfica principal da ribeira de Santa Natália, no âmbito da fase de exploração do Aproveitamento Hidroeléctrico de Pego Negro.

Captura das comunidades piscícolas por pesca elétrica.

A Ribeira de Santa Natália, de orientação Norte-Sul, é um afluente da margem direita do Rio Tâmega, nasce na Freguesia de Rego, no Concelho de Celorico de Basto, no Distrito de Braga, a cerca de 840 metros de altitude, desenvolvendo-se numa extensão de cerca de 16 km até à foz, no Rio Tâmega, em Amarante. Como principais afluentes identificam-se a Ribeira de Borba, na margem direita, e a Ribeira do Pertelim, na margem esquerda.

Relativamente à mini-hídrica de Pego Negro, esta destina-se à produção de energia elétrica e é constituída por um Açude e respetiva Tomada de Água, por um Circuito Hidráulico na margem direita e por uma Central Hidroelétrica onde estão instalados dois Grupos Turbina – Gerador. A central de fio-de-água Pego Negro é alimentada pela ribeira de Santa Natália. Situa-se no lugar de Pego Negro, freguesia de Telões, concelho de Amarante, Distrito do Porto.

Identificação e medição dos espécimes pertencentes à fauna piscícola.

De referir que o açude de Pego Negro na ribeira de Santa Natália, onde atualmente está a funcionar a mini-hídrica alvo deste estudo, já existe pelo menos desde 1942, período em que foi concedido o Alvará para o acionamento da oficina de preparação mecânica e lavagem de minérios de uma mina de estanho denominada “San Martinho”.

Foi objetivo deste trabalho, avaliar e caracterizar as comunidades piscícolas da ribeira de Santa Natália, na zona da mini-hídrica de Pego Negro, com vista a detetar eventuais impactes do aproveitamento hidroeléctrico do Pego Negro, bem como avaliar medidas minimizadoras e de compensação para a fase de exploração do referido empreendimento.

Todo o processo de amostragem da fauna piscícola foi desenvolvido de acordo com o protocolo “Avaliação Biológica da Qualidade da Água em Sistemas Fluviais segundo a Directiva Quadro da Água – Protocolo de amostragem e análise para a fauna piscícola” (INAG, 2008).

Na seleção de cada troço de amostragem, esteve subjacente a representatividade do sector a monitorizar, incluindo a máxima variedade de habitats disponíveis e conteve pelo menos um riffle no sector. A área de amostragem relaciona-se com a largura do rio. Assim, para rios de largura inferior a 30 metros, como é o caso, o comprimento do troço de amostragem corresponde a 20 vezes a sua largura, para um comprimento não inferior a 100 metros.

As amostragens foram realizadas a pé percorrendo todo o leito, de jusante para montante, com equipamento de pesca elétrica devidamente ajustado em função da condutividade elétrica da água, previamente determinada, permitindo desta forma aumentar a eficiência da pesca, evitando simultaneamente lesões e a mortalidade dos peixes. É de realçar que não foi induzida qualquer mortalidade nos exemplares recolhidos.

comunidades piscícolas
comunidades piscícolas

A amostragem realizou-se em períodos inferiores a 40 minutos, para evitar a mortalidade piscícola. Após a captura, os peixes foram manipulados cuidadosamente e mantidos, até ao seu processamento, dentro de caixas com água abundante e oxigenação assegurada por arejadores portáteis.

Evitaram-se densidades elevadas dentro das caixas, preservando assim o bom estado físico dos peixes até à sua restituição ao meio aquático. O processamento dos exemplares incluiu a sua identificação até à espécie e a obtenção de dados biométricos – determinação do comprimento total.

pesca elétrica

A pesca elétrica constitui um processo eficiente e relativamente inofensivo para a fauna piscícola, embora fortemente selectiva por espécie e classe de tamanho (Cortes, 1993). Esta técnica de captura por eletricidade baseia-se na criação de um campo eléctrico na massa de água, produzindo alterações no comportamento dos indivíduos, o que se traduz em movimentos involuntários de contração e relaxamento muscular por parte dos peixes, permitindo assim a sua captura (Oliveira et al., 2007).

Este trabalho foi realizado pela NOCTULA – Consultores em Ambiente em parceria com o Centro de Investigação de Montanha (CIMO) do Instituto Politécnico de Bragança (IPB).

Todos os elementos da equipa técnica envolvidos na captura e manuseamento da fauna piscícola possuiam credencial para a prática da Pesca Eléctrica emitida pela Autoridade Florestal Nacional (AFN).

Amostragem de peixes recorrendo à Pesca Elétrica

Veja aqui como se processa todo este trabalho num dos estudos desenvolvidos pela NOCTULA – Consultores em Ambiente.

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