Portugal agendou uma cimeira para Fevereiro em Madrid, com França e Espanha, com a finalidade de discutir o tema das ligações energéticas da Península Ibérica com França.
Um dos objetivos da cimeira de Madrid será Portugal, Espanha e França acertarem entre si uma estratégia em torno de projetos de interconexões que possam beneficiar do “plano Juncker” (plano do atual presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker) com vista ao próximo Conselho Europeu, de Março, que dará seguimento à cimeira de Novembro.
Em Outubro de 2014, Portugal aceitou um acordo que estabeleceu as metas “indicativas” para a construção de estruturas de transporte de energia que, quando estiverem concluídas, vão permitir ao país ser um exportador “para toda a Europa”.
Até aqui, tem existido um cenário de estrangulamento da rede, na fronteira da península ibérica com França. Atualmente a Península Ibérica é considerada uma ‘ilha energética’ devido às baixas interconexões existentes (apenas 1,5% da capacidade instalada). A ligação energética das redes permitiria o transporte de eletricidade e gás para o resto da Europa.
“Assumiu-se um objetivo” para o aumento das estruturas de transporte de energia, nas interligações da Península Ibérica com França “de 10% até 2020 e de 15% até 2030”, adiantou o então presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, desvalorizando o facto de se tratarem de metas indicativas.
Atualização:
“Chegámos a um entendimento entre os três países, com um envolvimento grande da Comissão Europeia”, disse no final da cimeira Pedro Passos Coelho, que foi acompanhado pelo Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva.
Em comunicado, o governo afirma que os três países assinaram uma declaração na qual se comprometem a trabalhar em conjunto para que Portugal e Espanha deixem de ser uma “ilha do ponto de vista energético”, isolada do resto da Europa, devido à falta de ligações com a França, e, também, à geografia. Portugal e Espanha seriam então exportadores de energia para a rede europeia.
Os três países concordaram em “diversificar as fontes e as rotas de abastecimento” de gás, que permitiriam reduzir a incerteza e a dependência do fornecimento do leste da Europa.
Portugal e Espanha recebem gás por via marítima ou por gasoduto do norte de África. O Primeiro-Ministro, acrescentou que “ganhamos em segurança de abastecimento e em poder de negociação com eventuais fornecedores”, uma vez que “existem muitos países excessivamente dependentes do gás proveniente da Rússia”.
Fontes: Dinheiro Vivo, Jornal de Negócios