A Organização Mundial de Saúde (OMS) indicou 15 locais portugueses que se encontram acima do limite máximo de partículas finas inaláveis, correspondentes a 10 microgramas por metro cúbico.
Em causa estão as partículas PM2.5, as mais finas e suscetíveis de se infiltrarem no organismo (podem infiltrar-se nos pulmões e no sistema cardiovascular), causando doenças potencialmente mortíferas como derrames cerebrais, ataques de coração, obstruções pulmonares e infeções respiratórias.
Dos mais de 50 locais analisados, a segunda maior cidade do país (Porto) fica abaixo do limite e Guimarães registou o valor mais baixo da lista, com 3 microgramas por metro cúbico de ar. O valor máximo registado em Portugal foi em Estarreja, com 15 microgramas.
Os 15 locais nacionais que excedem o limite de 10 microgramas por metro quadrado são:
- Estarreja (15 microgramas);
- Almada e Cascais (14 microgramas);
- Lisboa e Portimão (13 microgramas);
- Albufeira, Buraca, Faro, Algueirão-Mem Martins, Ílhavo e Marateca (12 microgramas);
- Aveiro, Chamusca, Setúbal e Vila do Conte (11 microgramas).
Existem ainda 7 locais que estão no limite definido pela OMS (10 microgramas):
- Barreiro,
- Coimbra,
- Loures,
- Odivelas,
- Perafita,
- Santiago do Cacém,
- Senhora da Hora.
A cidade mais poluída do mundo
Apesar de Portugal ter 15 locais acima do limite estabelecido pela OMS, estes valores são consideravelmente baixos, quando comparados com a cidade mais poluída do mundo – Muzaffarpur na Índia. Esta cidade registou 197 microgramas por metro cúbico, um valor que está, no entanto, a ser revisto.
Segundo a organização, todos os anos morrem 7 milhões de pessoas por causas diretamente relacionadas com a poluição e os níveis de contaminação permanecem “perigosamente elevados” em várias regiões do globo.
Num estudo recentemente divulgado pela OMS, na população mundial, 9 em cada 10 pessoas respiram ar poluído e contaminado.
Os investigadores deste estudo afirmam que os níveis de contaminação do ar têm-se mantido estáveis ao longo dos últimos 6 anos, com ligeiras melhorias na Europa e no continente americano.
De acordo com um mapa divulgado pela OMS, os EUA, Canadá, Austrália, a Nova Zelândia e os países escandinavos são os países com melhor qualidade de ar.
Já os países mais pobres, na Ásia, África e Médio Oriente, registam a maior percentagem de mortalidade causada pela poluição, que apresenta níveis cinco vezes superiores ao estabelecido pela OMS.
“Apesar das melhorias alcançadas e dos esforços postos em prática, a maioria da população mundial, 92%, respira ar contaminado em níveis muito perigosos para a saúde“, afirmou a diretora de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS , María Neira.
No esforço de alterar o panorama, María Neira deu como exemplo a China, que politicamente se propôs a reduzir os “níveis de contaminação altíssimos”.
A NOCTULA – Consultores em Ambiente foi responsável pela caracterização das emissões atmosféricas numa empresa agro-alimentar portuguesa especializada em lacticínios e derivados.
Fonte: Sábado