Uma nova avaliação feita pela organização Botanic Gardens Conservation International (BGCI), divulgada através do relatório State of the World’s Trees (Estado das Árvores no Mundo), revela que 30% das árvores de todo o mundo estão ameaçadas de extinção.
A BGCI lançou também o GlobalTree Portal, uma base de dados online que acompanha os esforços de conservação dedicados às árvores a nível global, nacional e por espécie.
Este relatório é resultado de 5 anos de trabalho de mais de 500 peritos, que compilaram informação sobre o risco de extinção de 58.497 espécies de árvores em todo o mundo. Os responsáveis pelo estudo concluíram que:
- 17.510 estão ameaçadas;
- 4 mil estão possivelmente ameaçadas;
- 442 estão no limiar da extinção;
- 142 já estão extintas.
Árvores como as magnólias e as árvores tropicais da família Dipterocarpaceae, estão entre as mais ameaçadas. Carvalhos, áceres e ébanos também são árvores que se encontram atualmente em risco.
Malin Rivers, da organização Botanic Gardens Conservation International, explicou que através dos resultados deste relatório, sabemos “pela primeira vez, quais destas espécies estão a precisar de conservação, quais são as maiores ameaças que enfrentam e onde estão.”
Países com espécies mais ameaçadas
Os países com maior diversidade de árvores (Brasil, Colômbia e Indonésia), são também os países com maior número de espécies ameaçadas.
No entanto, considerando o número de espécies existentes no seu território e o número de espécies ameaçadas, as ilhas de Santa Helena, Madagáscar e Maurícias, são onde se encontra o maior número de espécies ameaçadas. As três têm, respetivamente, 69%, 59% e 57% de espécies em risco de extinção.
Em Portugal estão registadas 103 espécies nativas de árvores. Destas, 17 são endémicas e 9 estão ameaçadas.
A árvore mais ameaçada é o mocano (Pittosporum coriaceum), que tem sobrevivido na ilha da Madeira. Esta espécie está classificada como “Criticamente Em Perigo de extinção”.
Das 103 espécies de árvores, 102 estão em jardins botânicos, arboretos ou em bancos de sementes e 90 espécies estão em pelo menos uma área protegida.
Principais ameaças
- desflorestação para fins agrícolas (com impacto em 29% das espécies);
- abate para a exploração de madeira (27%);
- desflorestação para criação de gado (14%);
- desenvolvimento urbano (13%);
- incêndios (13%);
- espécies invasoras (5%);
- alterações climáticas (4%).
Estima-se que uma em cada cinco espécies de árvores sejam usadas diretamente pelos humanos, para combustível, alimento, madeira, medicamentos e horticultura.
Medidas a adotar
Os peritos sugerem várias medidas, entre elas a preservação das florestas atuais e a expansão de áreas protegidas.
Defendem também que se devem manter as espécies ameaçadas em jardins botânicos ou em bancos de sementes na esperança de um dia poderem ser devolvidas à natureza.
É igualmente importante sensibilizar as pessoas para garantir que a reflorestação e os projetos de plantação de árvores são feitos cientificamente, com a árvore certa no lugar certo, incluindo as espécies raras e ameaçadas.
Por fim, os especialistas consideram que é preciso mais financiamento para a conservação das árvores.
A NOCTULA – Consultores em Ambiente elabora e implementa planos de gestão para espécies específicas de fauna e flora e medidas de minimização e compensatórias de impactes sobre as mesmas.
O Plano de Monitorização dirigido à espécie Murbeckiella sousae na área dos parques eólicos de Seixinhos e Penedo Ruivo (Serra do Marão) foi um dos muitos trabalhos realizados pela NOCTULA – Consultores em Ambiente no âmbito da Monitorização de Sistemas Ecológicos.
A NOCTULA foi também responsável pela elaboração de um Plano de Florestação e Monitorização (PFM), no âmbito do Licenciamento do Parque Eólico de Mirandela.
Caso necessite de algum serviço na área da Monitorização de Sistemas Ecológicos, não hesite em contactar-nos.
Fontes: Wilder; Greensavers; bgci