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6 mitos sobre o hidrogénio verde

Segundo a AIE – Agência Internacional de Energia a relevância atual do hidrogénio apoia-se na previsão de que a procura global por hidrogénio aumente seis vezes até 2050, atingindo 530 milhões de toneladas impulsionada pelo crescimento económico e pela multiplicação de usos, tanto no setor energético, como na indústria e na mobilidade. A participação de hidrogénio renovável deverá representar 60% da procura total de hidrogénio até 2050.

O Hidrogénio (H2) é o elemento químico mais abundante da natureza. A sua procura a nível global triplicou desde 1975, de acordo com Agência Internacional de Energia, chegando a 70 milhões de toneladas por ano em 2018.

A obtenção de hidrogénio verde através do processo de eletrólise com recurso a energias renováveis, consiste na decomposição de moléculas de água (H2O) em oxigénio (O2) e hidrogénio (H2). O hidrogénio verde é assim uma fonte de energia limpa que emite apenas vapor de água e não deixa resíduos no ar.

O hidrogénio tem sido usado, desde o início do século XIX, como combustível para carros e aeronaves, no entanto, a descarbonização da economia mundial está agora a dar-lhe um novo impulso e se os custos de produção reduzirem significativamente até 2030, estaremos claramente perante um dos combustíveis do futuro.

O crescente interesse no desenvolvimento de tecnologias que potenciem a produção, armazenamento e transporte de hidrogénio verde, pode levar ao surgimento de alguns mitos associados à sua utilização que vamos ajudar a desmistificar neste artigo:

O hidrogénio não é seguro

A produção convencional de hidrogénio e a sua utilização em alguns setores industriais já são processos largamente conhecidos e implementados e por isso, já existem normas definidas para regularizar questões de saúde, segurança e ambiente.

Para além disso, com o atual interesse na produção de hidrogénio verde a larga escala, serão com certeza definidas e implementadas novas normas que integrem as novas tecnologias e utilizações.

O facto de o hidrogénio ser um elemento mais leve do que o ar, também é uma vantagem a nível de segurança, pois dispersa-se mais facilmente no caso de uma fuga numa conduta.

O hidrogénio não é amigo do ambiente

A produção de hidrogénio pode assumir diferentes cores, consoante o processo de produção utilizado. 

Na produção de hidrogénio cinzento, que ainda domina o panorama internacional, são libertados gases para a atmosfera. E no caso do hidrogénio azul, produzido pela mesma técnica de reformação a vapor, é feita a captura dessas emissões poluentes para posterior armazenamento, havendo, no entanto, uma pequena percentagem que escapa para a atmosfera durante o processo.

Já o hidrogénio verde, uma energia que está atualmente a ser explorada, recorre a fontes de energia renovável, como vento e sol e através do processo de eletrólise da água, permite produzir hidrogénio sem emissão de gases poluentes.

O hidrogénio verde é considerado o combustível do futuro!

O hidrogénio verde é uma tecnologia imatura

Não. A produção de hidrogénio verde assenta em três tecnologias já muito utilizadas ao longo da história:

  • Desmineralização de água;
  • Eletrólise da água com recurso a eletricidade;
  • Produção de eletricidade renovável, que está comprovada em mercado.

 

No futuro potencialmente serão geradas economias de escala quando os eletrolisadores passarem a ser construídos a nível de produção industrial standardizada e não numa lógica de projeto de engenharia.

O hidrogénio tem custos demasiado elevados

À semelhança das tecnologias renováveis como a fotovoltaica e a eólica a perspetiva futura é que na próxima década haja uma descida acentuada no preço do hidrogénio verde, tornando-o verdadeiramente competitivo face a outras soluções energéticas.

O custo não é tanto na tecnologia ou nas infraestruturas do H2, a principal componente do custo do hidrogénio verde é a energia renovável a partir da qual ele é produzido por eletrólise, que corresponde a 70% do total. Por isso, é necessário ter bons recursos renováveis e fazer uma boa otimização do mix solar e eólico.

As vantagens já estão encontradas, falta apenas dar um último passo a nível tecnológico e de cooperação internacional para que o hidrogénio possa estar a par dos combustíveis tradicionais.

De acordo com as previsões da IEA, espera-se que o preço do hidrogénio limpo desça gradualmente até 2050, e que custe menos de um terço do que custa atualmente.

O hidrogénio não tem muitas possibilidades de utilização?

Uma das maiores vantagens do hidrogénio (H2) é a sua versatilidade.

A indústria química e petroquímica não vive sem ele. É uma matéria-prima essencial e é para lá que vai 60% da produção global. Consegue produzir eletricidade, calor e ser combustível para transportes, incluindo para navios que percorrem longas distâncias.

Potenciais utilizações do hidrogénio verde:

  • ser injetado nas canalizações de gás natural, aumentando a sua eficiência energética;
  • ser convertido em energia através de células de combustível para transportes;
  • ser utilizado em várias aplicações industriais (vidreira, metalúrgica, farmacêutica e alimentar);
  • ser uma opção para os fornos a alta temperatura, permitindo melhorar o aquecimento;
  • ser utilizado para a produção de amoníaco, utilizado para adubos;
  • produzir combustíveis sintéticos;
  • produzir aço verde.

 

O hidrogénio verde oferece igualmente uma maior flexibilidade ao setor da energia, pois pode armazenar a energia produzida a partir de fontes renováveis por longos períodos, até ser novamente necessária. Nessa altura, é reconvertido novamente em eletricidade, através de células de combustível.

A caminho da descarbonização e da transição energética, o hidrogénio tem sido alvo de um grande interesse a nível mundial o que que consequentemente leva a um maior investimento em tecnologias que possam armazenar de forma segura o hidrogénio.

O hidrogénio vai tornar a eletricidade mais cara?

De acordo com a APREN, o custo da produção de hidrogénio verde não vai tornar a eletricidade mais cara porque não será refletido na fatura do consumidor.

Grande parte da fonte de financiamento será proveniente dos fundos da União Europeia que irão apoiar projetos inovadores na área das renováveis na geração de H2 Verde.

O Governo indica ainda que se esta tecnologia for beneficiária de mecanismos de suporte e estabilidade à produção, serão utilizadas para o efeito uma parte das verbas arrecadadas pelo Fundo Ambiental, que são provenientes das emissões de CO2, ou seja, de quem polui.

Os mecanismos de estabilidade à produção de H2 Verde deverão ser atribuídos às indústrias, sobretudo àquelas que são energeticamente intensivas e que requerem energia térmica de muito alta temperatura, como a do vidro, cimentos ou da cerâmica, mas também neste caso o apoio será proveniente de fundos públicos nacionais (Fundo Ambiental) e fundos púbicos europeus.

Apoiamos a sua empresa!

NOCTULA – Consultores em Ambiente presta apoio técnico aos promotores que pretendam implementar projetos de produção de hidrogénio verde.

Em casos em que se aplique, a nossa equipa também pode auxiliar os promotores nas seguintes áreas de intervenção:

 

Se precisar de apoio neste âmbito, não hesite em contactar-nos.

Fontes: EDP; APREN

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