O hidrogénio verde é atualmente um dos maiores protagonistas em direção a um futuro energético mais limpo e sustentável.
A sua importância transcende diversos setores, abrangendo desde a mobilidade até a descarbonização industrial, promovendo a inovação, o desenvolvimento económico e contribuindo para um planeta energeticamente mais sustentável.
Numa altura em que atingir emissões líquidas de gases com efeito de estufa (GEE) nulas em 2050 é o grande objetivo global, é crucial que se aposte em projetos que promovam a transição energética e a descarbonização da energia, reforçando a utilização de energias renováveis e investindo na produção, armazenamento e transporte do hidrogénio verde.
A Europa está atualmente na linha de frente, muito motivada pela necessidade de substituir o gás natural da Rússia, tendo definido como meta de produção de 10 milhões de toneladas de hidrogénio renovável até 2030.
Já Portugal também renovou a aposta na massificação do hidrogénio verde com a recente atualização do Plano Nacional de Energia e Clima 2030. O objetivo passa por potenciar a sua utilização em larga escala, duplicar a capacidade prevista de eletrolisadores até 2030, passando de 2,5 GW para 5,5 GW e encontrar soluções para um dos principais problemas: transporte e armazenamento.
Quais as potenciais aplicações do hidrogénio Verde?
O hidrogénio verde é produzido através de um processo designado de eletrólise (separação das moléculas da água entre oxigénio e hidrogénio), com recurso a fontes de energias renovável, como a energia eólica, solar e hídrica.
É expectável que o hidrogénio verde venha substituir os combustíveis fósseis nas próximas décadas, principalmente em atividades que precisem de fontes mais intensivas de energia, nomeadamente, o setor dos transportes pesados e de longa distância (camiões, barcos, aviões), setor industrial (vidro, cerâmica, ferro e aço) e indústria química associada aos fertilizantes.
Na realidade, a produção de hidrogénio verde pode ser aplicado em diversos setores. Mas quais são as suas principais aplicações?
Armazenamento de energia renovável
O hidrogénio verde pode ser usado como um meio eficiente de armazenar energia renovável excedente. Ele é convertido em eletricidade novamente quando necessário, funcionando como uma forma de armazenamento de energia de longo prazo.
Pode ser integrado como uma fonte de energia para processos industriais, substituindo o hidrogénio tradicional produzido a partir de gás natural, que geralmente é associado a emissões de carbono.
As indústrias pesadas consomem energia de forma intensiva e emitem grandes volumes de gases poluentes. O hidrogénio verde pode ser utilizado como fonte de energia para setores industriais de alta temperatura (vidro, cerâmica, aço, ferro, etc).
Para produzir uma tonelada de aço por exemplo, são emitidas duas toneladas de dióxido de carbono. O fabrico de aço verde é por isso, uma das potenciais aplicações do hidrogénio verde. O desenvolvimento de uma indústria de aço verde pode atrair outros setores, como a indústria de veículos eléctricos, potenciando a exportação deste produto.
Ainda no setor industrial, o hidrogénio verde pode ainda ser utilizado na indústria química, nomeadamente através da produção de amónia verde, um biocombustível que resulta da combinação entre hidrogénio e nitrogénio e que está associada a fertilizantes agrícolas.
O hidrogénio verde pode ser incorporado às redes de gás natural, misturado com metano em diferentes proporções, proporcionando uma fonte de gás mais limpa.
Aquecimento residencial e comercial
Pode ser utilizado em sistemas de aquecimento residencial e comercial, substituindo combustíveis fósseis.
Países com grande potencial renovável como energia solar e eólica, podem usar o hidrogénio verde como uma forma de exportar a sua energia, convertendo-a em hidrogénio para exportação.
Portugal é um país com recursos renováveis abundantes e por isso, o objetivo passa por começar a vender produtos derivados do hidrogénio para o exterior. Para isso, é determinante a construção de corredores verdes que permitam que o processo de exportação funcione por toda a Europa, como é o caso do projeto H2Med que vai ligar a Península Ibérica ao resto da Europa.
Apesar das inúmeras aplicações e todo o potencial e investimento que se tem feito, a tecnologia para produção, armazenamento e distribuição de hidrogénio verde ainda está em desenvolvimento, e por isso, os projetos em curso ainda podem demorar a concretizarem-se.
Portugal tem claramente condições privilegiadas para o desenvolvimento da indústria do hidrogénio verde e deve aproveitar esta fase de investimento para acelerar na transição energética. A previsão é que na próxima década a estrutura para o hidrogénio esteja operacional, no entanto, cabe também ao país um papel decisivo no desenvolvimento desta indústria, quer em termos de licenciamento e regulação, quer na atribuição de apoios e no investimento em infraestruturas.
Apoiamos a sua empresa!
A NOCTULA – Consultores em Ambiente presta apoio técnico aos promotores que pretendam implementar projetos de produção de hidrogénio verde.
Em casos em que se aplique, a nossa equipa também pode auxiliar os promotores nas seguintes áreas de intervenção:
- Pedidos de Enquadramento no RJAIA;
- Estudos relacionados com os procedimentos de Avaliação de Impactes (EIA) e Incidências Ambientais (EIncA);
- Estudos de Macrocondicionantes Ambientais;
- Monitorizações de Sistemas Ecológicos;
- Planos de gestão para espécies específicas de fauna e flora;
- Medidas de minimização e compensatórias.
A NOCTULA – Consultores em Ambiente foi responsável pela coordenação de um Estudo de Macrocondicionantes Ambientais para áreas no sul do país, cujo objetivo consiste na análise da viabilidade ambiental para o desenvolvimento futuro de um projeto de produção de hidrogénio verde, apoiado na utilização de energia produzida através de fontes renováveis (eólica e solar).
A nossa equipa foi ainda responsável pela coordenação e elaboração:
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