O hidrogénio é a substância mais simples e a mais abundante do universo. Faz parte de tudo o que nos rodeia! Está presente tanto no nosso corpo como no ar que respiramos, na água que bebemos, mas também nas plantas e animais, nas estrelas e nos planetas.
Na tabela periódica, representado pelo símbolo H2, é o primeiro elemento químico e também o mais leve. Com um átomo composto de apenas um eletrão em torno de um protão, o hidrogénio é basicamente um constituinte de outros elementos. Não pode ser extraído, pelo que todo o seu potencial requer uma produção de base industrial.
O hidrogénio não é considerado uma fonte de energia, mas sim um transportador de energia, complementar à eletricidade, que pode ter um enorme conjunto de aplicações. Esta versatilidade tão característica do hidrogénio é o que o torna uma das maiores esperanças mundiais em termos energéticos.
Apesar de ser abundante, o hidrogénio tem como principais características o facto de ser inflamável, incolor, inodoro e insolúvel em água.
Se o hidrogénio é incolor, porque se tem falado tanto em hidrogénio verde?
A verdade é que existe um verdadeiro arco-íris de cores para representar o hidrogénio, consoante o processo de produção utilizado.
É esperado que nas próximas décadas a produção de hidrogénio verde seja o futuro, mas a realidade é que para já, ainda são outras cores a dominar.
Neste artigo faremos um breve explicação sobre cada uma das cores que se podem associar à produção de hidrogénio.
Hidrogénio branco
Além de ser um elemento presente na água, nas plantas e nos animais, o hidrogénio também pode ser encontrado na sua forma gasosa, em depósitos subterrâneos. É um processo pouco comum até porque é inodoro e incolor, sendo por isso difícil de detetar. Atualmente não existem técnicas eficientes e economicamente viáveis para o extrair.
Hidrogénio preto
Produção de hidrogénio recorrendo ao carvão mineral. Este processo emite grandes quantidade de gases de efeito estufa, sendo altamente poluente para o ambiente.
Hidrogénio castanho
Produção de hidrogénio através da Lignite, uma rocha sedimentar castanha. Também é bastante poluente para o ambiente.
Hidrogénio cinza
Hoje em dia, a técnica mais usada para produzir hidrogénio resulta de um processo chamado “reformação por vapor” e representa cerca de 90% da produção mundial.
Este processo recorre principalmente ao gás natural ou outros combustíveis fósseis, que ao serem aquecidos para separar o H2 acabam também por libertar CO2 para a atmosfera. É um processo altamente poluente, o que justifica a cor cinza. Segundo a IEA (Agência Internacional de Energia), a sua produção é responsável por cerca de 830 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano.
Hidrogénio azul
Também é obtido através do processo de reformação por vapor, no entanto, o hidrogénio azul é menos poluente do que o hidrogénio cinzento, porque durante este processo o CO2 libertado é capturado, armazenado e enterrado no solo, em vez de ser emitido para a atmosfera.
Têm surgido projetos de investigação para a reutilização do CO2 capturado, mas as emissões acabam sempre por escapar para a atmosfera, fazendo com que esta solução ainda seja considerada ambientalmente pouco eficiente.
Hidrogénio azul turquesa
Consiste numa tecnologia experimental que está a ser estudada com o objetivo de transformar o CO2 num elemento sólido. Ou seja, a matéria-prima é o gás natural ou biogás, mas deste processo, conhecido como “pirólise de metano”, resulta carbono sólido em vez de emissões de CO2. No futuro este produto poderá ter aplicações comerciais em várias setores da indústria: pneus, tintas, aço, grafite, etc.
Hidrogénio rosa
Uma outra possibilidade de obter hidrogénio é através de energia nuclear. Neste caso o processo de eletrólise recorre a essa energia. Esta é uma solução que apresenta riscos radioativos.
Hidrogénio amarelo
O hidrogénio amarelo é uma solução que recorre especificamente à energia solar para alimentar o processo de eletrólise.
Hidrogénio verde
O hidrogénio verde é o novo trunfo da União Europeia e de vários países a nível mundial, quando se fala em transição energética, descarbonização e sustentabilidade ambiental.
O hidrogénio verde é produzido através de um processo chamado “eletrólise”. Com recurso a eletrolisadores, as moléculas de hidrogénio são separadas das moléculas de oxigénio, sem quaisquer emissões poluentes diretas ao longo do processo, desde que a energia elétrica usada venha de fontes renováveis.
Apesar das múltiplas formas de produzir hidrogénio, os problemas ambientais, fazem com que algumas cores não sejam soluções interessantes para o futuro do planeta.
Deste arco-íris de cores, o verde é considerada a cor do futuro. Sem emissões poluentes associadas à utilização e produção, o hidrogénio verde é a grande aposta rumo às metas globais de eficiência energética e neutralidade carbónica.
Fontes: Capital Verde; EDP
Apoiamos a sua empresa!
A NOCTULA – Consultores em Ambiente pode apoiar a sua empresa, em várias áreas de intervenção:
- Pedidos de Enquadramento no RJAIA;
- Estudos relacionados com os procedimentos de Avaliação de Impactes (EIA) e Incidências Ambientais (EIncA);
- Estudos de Macrocondicionantes Ambientais;
- Monitorizações de Sistemas Ecológicos;
- Planos de gestão para espécies específicas de fauna e flora e medidas de minimização e compensatórias.
Se precisar de apoio neste âmbito, não hesite em contactar-nos.