Vários investigadores e técnicos apresentaram recentemente o projeto de revisão do Livro Vermelho e o desenvolvimento de um Sistema Nacional de Informação dos Peixes Dulciaquícolas e Diádromos de Portugal Continental.
Equipas de especialistas de várias Universidades vão trabalhar neste projeto que estará estruturado em três pontos cruciais de análise:
- Determinar qual a distribuição e a abundância das espécies (a cargo dos investigadores da Universidade de Évora, Unidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e Instituto Politécnico de Bragança);
- Clarificar a identidade taxonómica das espécies (a cargo do Instituto Superior de Psicologia Aplicada, ISPA);
- Avaliar o risco de extinção de cada espécie.
Para análise deste pontos serão efetuados trabalhos de campo com dezenas de pontos de amostragem por todo o país e análises genéticas.
Há 15 anos que Portugal não procedia a uma atualização sobre o risco de extinção destas espécies.
Na última atualização, em 2005, Portugal tinha 8 Espécies Criticamente em Perigo de Extinção:
- lampreia-de-rio
- saramugo
- boga-do-sudoeste
- boga-portuguesa
- escalo-do-Arade
- escalo-do-Mira
- salmão-do-Atlântico
- truta-marisca
Vítimas de várias décadas de perda de habitat e usos insustentáveis dos sistemas aquáticos, os peixes de rio (dulciaquícolas) e migradores (diádromos – peixes que utilizam ambos os ecossistemas ‘água doce e água salgada’ ao longo do seu ciclo de vida), enfrentam uma situação preocupante.
Filomena Magalhães, coordenadora geral do projeto e investigadora do cE3c – Centro para a Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais da FCUL, afirmou que “passados 15 anos, a informação está desatualizada (…). Novas espécies foram entretanto descritas e os rios mudaram, umas vezes para melhor, graças aos esforços de conservação de projetos como o LIFE Saramugo e o LIFE Águeda e outras para pior”.
Leia o nosso artigo sobre o projeto LIFE Saramugo.
No que diz respeito à criação de um Sistema Nacional de Informação dos Peixes Dulciaquícolas e Diádromos de Portugal Continental, João Oliveira, coordenador executivo do projeto, explica que “este sistema terá uma ferramenta, que através de um “retrato robot”, pode identificar os peixes”.
O técnico afirma ainda que este sistema pretende ser uma plataforma interativa que reúne toda a informação sobre estas espécies”. (…) Será de “acesso livre para todos, desde os pescadores e investigadores ao público em geral”.
Os responsáveis acreditam que a informação conseguida sobre as espécies de peixes de água doce e migradoras mais ameaçadas em Portugal Continental “venha contribuir para um comportamento mais informado e responsável de todos, em atividades como o planeamento e gestão do território e a pesca. Só desta forma será possível travar a perda de biodiversidade”.
Célia Ramos, secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, afirmou durante a sessão da apresentação do projeto que “conhecer as espécies permite gerir os habitats”.
Saramugo – Fonte: LIFE Saramugo – Fotografia de Carlos Carrapato
Promovido pela FCiências.ID – Associação para a Investigação e Desenvolvimento de Ciências, o projeto conta com a colaboração de especialistas de várias instituições e é feito em parceria com o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Juntamente com a revisão do livro vermelho dos peixes de água doce, em 2021 serão ainda apresentados os livros vermelhos sobre aves e invertebrados. Para 2022 está ainda prevista a apresentação do livro vermelho dos mamíferos e o dos répteis e anfíbios.
Fonte: Wilder, Ambiente Magazine
A NOCTULA – Consultores em Ambiente presta serviços de Monitorização de Sistemas Ecológicos, nomeadamente:
- Monitorização de Aves
- Mamíferos terrestres, marinhos e voadores
- Fito e Zooplâncton
- Invertebrados, Herpetofauna (anfíbios e répteis)
- Monitorização de Flora, Vegetação e Habitats.
Trabalhos coordenados pela NOCTULA:
Monitorização de Tartaranhão-caçador no parque eólico de Negrelo e Guilhado;
Monitorização da Toupeira-de-Água com câmaras de “vídeo-armadilhagem”;
- Atividade e mortalidade de Aves e Quirópteros – Parque Eólico Testos II.
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