Em Portugal são conhecidas 25 espécies de morcegos, estando 24 presentes no território continental.
Na União Europeia todas as espécies de morcegos são protegidas por lei através da Convenção de Berna, Diretiva Habitats, Convenção de Bona e Acordo sobre a Conservação das Populações de Morcegos Europeus – EUROBATS). Os seus abrigos são protegidos pela Convenção de Berna e pela Diretiva Habitats.
Os morcegos são de extrema importância para a biodiversidade e de grande relevância ecológica.
Curiosidades sobre os morcegos:
1 – Os morcegos são os únicos mamíferos que voam ativamente.
2 – Cada animal pode consumir numa noite mais de metade do seu peso em insetos.
As diversas espécies deste grupo de mamíferos consomem diariamente no nosso país dezenas de toneladas de insetos, resultando num consumo anual de muitos milhares de toneladas. Os morcegos eliminam grandes quantidades de insetos que poderiam constituir pragas para a agricultura ou ser vetores de doenças.
Nas últimas décadas tem-se assistido a um declínio nas populações de morcegos, em particular na Europa. Esta situação ocorre também em Portugal, onde 9 espécies têm estatuto de ameaça desfavorável. O declínio destas espécies deve-se a fatores como:
- destruição de abrigos;
- utilização de pesticidas;
- desaparecimento de biótopos de alimentação;
- perturbação dos abrigos por visitantes;
- colisão com aerogeradores;
- atropelamento.
O que fazer quando entra um morcego pela janela?
Os quirópteros (morcegos) não são agressivos, mas, sendo animais selvagens, podem-se assustar e reagir violentamente. Por esse motivo, é essencial ter-se cuidado para não se ser mordido(a).
As espécies em Portugal são bastante pequenas, pelo que é frequente as pessoas pensarem que encontraram crias. No entanto, as crias da maioria das nossas espécies nascem no início de junho, pelo que a meio de julho já têm o tamanho dos adultos. Assim, os morcegos encontrados no resto do ano são já independentes.
Se encontrar um morcego em casa, é importante perceber que ele entrou por engano, pelo que deve facilitar a sua saída.
O que deve fazer?
1 – Deve pegar o mínimo possível nestes animais, mas, se for necessário tocar-lhes, deve usar sempre luvas.
2 – Se for encontrado durante a noite, deve fechar a porta para impedir que ele passe para o resto da casa, abrir as janelas e desligar a luz. Se for deixado sossegado, o morcego sairá sozinho.
3 – Se estiver pousado durante o dia e não parecer ferido, deve ser libertado nessa noite, desde que não chova ou faça muito frio. Até ser libertado, deve ser mantido numa caixa de cartão com furos (para poder respirar) e com um pano no interior, para o morcego se agarrar e sentir mais seguro, bem como uma tampa com água para ele beber, dado que têm tendência para desidratar. Depois do pôr do sol, coloca-se a caixa no exterior, num sítio calmo e sem luz, e destapa-se: o morcego voará quando estiver pronto.
4 – Se o morcego estiver ferido ou não voar de noite, deve-se contactar o Centro de Recuperação de Fauna Selvagem:
- Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR– 213 217 291/2.
- Parque/Reserva Natural mais próxima, consulte aqui os contactos das Áreas Protegidas geridas pelo ICNF.
- Linha verde SOS Ambiente – 808 200 520.
- Centro de Recuperação mais próximo, consulte aqui a lista de centros a nível nacional.
5 – As crias encontradas em junho e no início de julho têm pouco ou nenhum pelo. Se se souber que há uma colónia de criação por cima do sítio onde a cria foi encontrada, pode-se colocar a cria o mais perto possível da colónia, sem lhe tocar (para não lhe transmitir o cheiro, que poderia causar a rejeição por parte da mãe). Para tal, pode-se agarrar a cria com muito cuidado, envolvendo-a num pano e pendurando-a na parede. Se não se conhecer a colónia de criação, deve-se contactar o Centro de Recuperação de Fauna Selvagem mais próximo.
Há problema em coabitar com os morcegos?
Regra geral não, desde que se tenham alguns cuidados.
– É importante que os moradores não toquem nas acumulações de guano e urina, e nunca mexam em morcegos. Deve-se ensinar as crianças que não podem mexer em animais selvagens.
– Os morcegos que ocorrem em Portugal alimentam-se exclusivamente de insetos, não sendo conhecidas doenças propagadas através de concentrações pequenas de guano ou urina, no entanto, contactos acidentais mão-boca podem causar infecções gastrointestinais.
– Deve lavar bem as mãos após qualquer contacto com o guano e/ou urina. Para evitar inalações de guano, a remoção de grandes acumulações de guano deve ser precedida de pulverização com água ou ser realizada com um aspirador industrial de materiais contaminados que tenha um filtro ultra-eficiente. Os operadores devem usar sempre máscaras.
– Apesar de algumas espécies de morcegos poderem transmitir raiva por mordedura, arranhadela ou contacto com olhos, nariz ou boca, são muito raros os casos de transmissão da doença aos seres humanos. No caso de alguém ser mordido ou arranhado por um morcego, a ferida deve ser imediatamente lavada com água e sabão e deve-se contactar um médico; se possível, o morcego deve ser capturado vivo e mantido numa caixa de cartão para ser analisado.
– No caso de encontrarem morcegos mortos, os moradores devem calçar umas luvas descartáveis para lhes tocar.
Para mais informações consulte o Guia de apoio a situações de coabitação e exclusão de morcegos em edifícios.
A espécie Morcego-de-Savi(Hypsugo savii) foi registado pela equipa da NOCTULA – Consultores em Ambiente com recurso a sondas endoscópicas. Este mamífero foi encontrado durante o período de hibernação numa pequena fenda existente numa parede de um edifício antigo e abandonado.
A NOCTULA – Consultores em Ambiente presta serviços de monitorização, mitigação e investigação de quirópteros (morcegos), através das mais inovadoras metodologias de monitorização de sistemas ecológicos:
- Monitorização endoscópica de abrigos;
- Monitorização de abrigos cavernículas e de edifícios;
- Monitorização acústica.
Para além destes serviços, também elaboramos e implementamos planos de gestão específicos para morcegos e medidas de minimização e compensatórias de impactes.
Trabalhos já realizados:
- Monitorizações de Quirópteros – Parque Eólico de Falperra – Rechãzinha;
- Prospeção de mortalidade de aves e quirópteros – Parque eólico da Lameira;
- Monitorização da atividade de aves e morcegos – parque eólico do Sobrado;
- Monitorização da mortalidade de aves e quirópteros – parque eólico da Serra d’el Rei – Peniche;
- Atividade e mortalidade de Aves e Quirópteros – Parque Eólico Testos II;
- Prospeção de abrigos de Quirópteros – Aproveitamento Hidroeléctrico do Fridão.
Caso necessite de algum serviço nestas áreas, não hesite em contactar-nos.