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Prospeção de abrigos de Quirópteros – Aproveitamento Hidroeléctrico do Fridão

Em Fevereiro de 2012, a NOCTULA – Consultores em Ambiente coordenou a prospeção de abrigos de Quirópteros (morcegos) arborícolas e fissurícolas no âmbito da construção do Aproveitamento Hidroeléctrico do Fridão (Ano 0).

Este trabalho permitiu definir medidas compensatórias e/ou de minimização dos impactes que o Aproveitamento Hidroeléctrico do Fridão terá nestas espécies de morcegos.

A inventariação de abrigos foi efetuada através de consulta bibliográfica, de consulta de cartografia, de entrevistas às populações locais e de visitas aos locais.

De forma complementar, foi efetuada uma prospeção exaustiva de abrigos de morcegos arborícolas e fissurícolas segundo as metodologias descritas pelo Scottish Natural Heritage, Natural England e pelo Bat Conservation Trust.

A metodologia desenvolvida baseia-se em 3 fases fundamentais:

1ª Fase – Levantamento de abrigos potenciais

Todas as árvores, edifícios e pontes com potencial para albergar quirópteros arborícolas ou fissurícolas, foram avaliadas a partir do solo, com o auxílio de binóculos de forma a ser possível detetar potenciais locais de abrigo.

Nas árvores, os principais locais com potencial para albergar quirópteros são buracos resultantes de ramos em decomposição, rachas, fendas naturais, buracos de Pica-pau, dobras, saliências, cicatrizações resultantes do corte de ramos e descamação da casca.

Nas pontes, os principais locais com potencial para albergar quirópteros são as juntas de dilatação, falhas nas esquinas dos contrafortes, aberturas de alargamento (típicas de pontes que sofreram reconstruções parciais, localizando-se nos locais onde a largura da ponte aumentou, formando um espaço entre a estrutura original e a nova), rachas e fendas entre a pedra e a alvenaria onde a argamassa caiu ou não existe (a localização inclui a parte inferior do vão da ponte, muros, parapeitos, paredes e pilares), tubos de drenagem e condutas.

Nos edifícios, os principais locais com potencial para albergar quirópteros são os espaçamentos entre o teto e o telhado, tetos falsos, espaçamentos entre as telhas e a estrutura de suporte, fendas e rachas na parede, sulcos no ladrilho e no estuque, revestimento de madeiras, caixas-de-ar e buracos de tijolo.

Todos os locais com potencial para albergar quirópteros foram inspecionados durante o dia, usando uma luz forte e endoscópio quando necessário, procurando evidências da presença de abrigos de quirópteros incluindo quirópteros vivos, restos de quirópteros mortos, guano, restos de alimentação e potenciais locais de abrigo.

Todas as inspeções foram realizadas por técnicos especializados em trabalhos com quirópteros com experiência no uso de endoscópios em prospeções de fauna fissurícola e arborícola. Uma das vantagens desta metodologia é o facto de poder ser realizada em qualquer época do ano.

2ª Fase – Prospeções aéreas

Todas as árvores, pontes e edifícios identificados durante a avaliação da “1ª Fase” como tendo “Potencial desconhecido” ou “Elevado potencial”, foram alvo de uma inspeção aérea pormenorizada com o auxílio de um endoscópio, recorrendo a plataformas, cordas e escadas, sempre que as estruturas foram classificadas como pouco estáveis ou perigosas.

Todas as inspeções foram realizadas por técnicos especializados em trabalhos com quirópteros com experiência no uso de endoscópios em prospeções de fauna fissurícola e arborícola. Uma das vantagens desta metodologia é o facto de poder ser realizada em qualquer época do ano.

3ª Fase – Prospeção acústica

Todas as árvores, pontes e edifícios com elevado potencial para albergar abrigos de quirópteros foram alvo de uma “3ª Fase” de pesquisa a realizar entre junho e agosto de cada ano. Durante este período realizaram-se escutas com o auxílio de detetores de ultra-sons a fim de confirmar a presença de quirópteros e determinar o número de indivíduos que saem dos orifícios para que se possa validar posteriormente esses registos com base na identificação morfológica das espécies.

Na Conferência Internacional IAIA 2012 foi apresentado um estudo sobre como identificar animais que se escondem em fissuras, como por exemplo os morcegos, através de um endoscópio. 

Veja o vídeo de um réptil escondido dentro de uma fissura captado através de um endoscópio: http://youtu.be/8LW_KdRuTOc.

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