A energia solar fotovoltaica é a 3ª fonte energética renovável mais utilizada no mundo e a que mais contribui atualmente para a produção de energia verde. Para além de ser uma fonte de energia segura e eficiente, pode ser amplamente distribuída e contribuir para a transição e descarbonização energética do planeta.
Com a evolução crescente do setor solar que se tem feito sentir nestes últimos anos, principalmente através da instalação de centrais solares fotovoltaicas de pequena e grande dimensão e também instalações solares em edifícios de habitação, instalações fabris e empreendimentos turísticos, encontrar uma solução sustentável e circular para os painéis envelhecidos é de extrema importância.
A Agência Internacional de Energia Renovável estima que até 2050 existam cerca de 60 a 78 milhões de toneladas de resíduos de painéis fotovoltaicos em todo o mundo.
Um painel fotovoltaico atinge o fim de vida quando o seu nível de eficiência desce para os 80%. A vida útil dos painéis solares tem uma duração estimada entre 25 a 30 anos. Alguns estudos indicam que painéis de alta qualidade possam chegar aos 40 anos, embora com um decréscimo maior na eficiência.
Muito brevemente entraremos numa fase em que os primeiros painéis solares construídos estão a terminar o seu ciclo de vida e portanto, haverá com certeza uma necessidade urgente de proceder à reciclagem sustentável destes resíduos.
O que está a ser feito com os painéis solares fotovoltaicos em fim de vida?
Os painéis solares em fim de vida são atualmente encaminhados para aterro e/ou incineração, sem possibilidade de reciclagem. Em Portugal, os processos de recuperação, reciclagem ou valorização dos diferentes materiais que compõem os painéis solares fotovoltaicos são praticamente inexistentes ou pouco estruturados.
Segundo o estudo “End of-Life Management: Solar Photovoltaic Panels”, o enorme fluxo de materiais que ficarão disponíveis, como a prata, o silício e o cobre, poderão ser utilizados para aumentar o stock para futuros painéis solares, sem a necessidade de investir em matérias-primas virgens.
A reciclagem dos painéis fotovoltaicos pode efetivamente economizar a extração de recursos naturais e reduzir o custo de produção com a incorporação dos resíduos gerados na produção dos novos painéis. O silício é um dos exemplos, pois com o reaproveitamento deste material, os custos associados à sua reincorporação serão inferiores comparativamente aos seus custos de produção, uma vez que a produção do silício é um processo que apresenta elevados consumos de energia.
Para além dos benefícios ambientais, a reciclagem de painéis solares fotovoltaicos criará também mais oportunidades de emprego verde.
Atualmente existem inúmeros projetos inovadores focados na melhoria da eficiência da capacidade de produção dos painéis, mas infelizmente são poucos os estudos/projetos que abordam a questão do desmantelamento e reciclagem de painéis em fim de vida.
Desmantelamento e reciclagem de painéis fotovoltaicos
O INEGI – Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial, em parceria com a E-Cycle – Associação de Produtores de Equipamentos elétricos e eletrónicos, desenvolveu um estudo cujo o objetivo consiste em analisar e avaliar a viabilidade técnico-económica e ambiental da instalação e implementação de uma linha de produção direcionada ao desmantelamento e reciclagem de painéis fotovoltaicos, com a consequente recuperação dos materiais presentes na sua composição.
A execução do projeto dividiu-se em duas fases, sendo uma primeira dedicada à análise técnico-económica e ambiental dos processos de reciclagem dos painéis fotovoltaicos. Numa segunda fase, foi analisado o potencial de empresas, no mercado nacional, com interesse em incorporar os materiais provenientes do processo de reciclagem dos painéis fotovoltaicos.
Em conclusão, o estudo considera crítica a reciclagem dos painéis fotovoltaicos, sendo essencial analisar simbioses industriais. A necessidade de valorizar os materiais constituintes destes painéis pode tornar os fabricantes mais responsáveis pela sua recuperação, contribuindo para uma economia circular, reduzindo assim a extração de matérias-primas virgens.
Central de Reciclagem de Painéis Solares
A empresa de serviços ambientais Veolia, inaugurou em França, um Centro de Reciclagem de Painéis Solares, considerado “o primeiro centro inteiramente dedicado à reciclagem de painéis solares na Europa”.
Metas para a produção de energia solar fotovoltaica
Graças à acelerada evolução da tecnologia prevê-se que a energia gerada a nível global exceda os 8.500 GW até 2050.
A nível nacional foi desenvolvido o Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC), com metas ambiciosas, definindo que, até 2030, o país deve alcançar uma capacidade fotovoltaica de 9 GW. Em 2022, o país aumentou a sua capacidade solar fotovoltaica instalada em 718 MW. De acordo com a Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG), de 2013 a outubro de 2022, em termos relativos, a energia fotovoltaica tinha evoluído de uma potência instalada de 299 MW para 2.419 MW.
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A NOCTULA – Consultores em Ambiente já coordenou vários projetos para o setor da energia solar Fotovoltaica.
Alguns dos projetos já realizados:
- Estudo de Incidências Ambientais – Central Fotovoltaica de Mogadouro
Pedidos de Enquadramento no RJAIA – Centrais solares fotovoltaicas
Estudo de Macrocondicionantes Ambientais – Central Solar Fotovoltaica
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