O LIFE Saramugo, projeto que está a recuperar o habitat deste peixe “Criticamente Em Perigo de Extinção” no território português, deveria ter terminado em janeiro de 2018, mas foi prolongado até dezembro.
Melhorar as condições de vida do Saramugo (Anaecypris hispanica) nas ribeiras, é desde julho de 2014, a grande missão do LIFE Saramugo, projeto da Liga para a Proteção da Natureza (LPN), que foi distinguido pelos prémios Guarda-Rios 2018 do GEOTA – Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e do Ambiente.
A poluição da água, as barragens e açudes, a sobre-exploração dos recursos hídricos, a destruição da vegetação das margens e a extração de areias e as espécies exóticas invasoras, tornaram o Saramugo no peixe nativo mais ameaçado de extinção na Península Ibérica.
A sua grave situação, com populações cada vez mais pequenas, está reconhecida em Portugal desde o início da década de 90. Atualmente é considerado um espécie em Em Perigo a nível global e Criticamente em Perigo no território português.
Saramugo |Fonte: LIFE Saramugo – Foto de Carlos Carrapato
Com o prolongamento do projeto, a equipa tem previsto até ao final do ano, a implementação de ações, como:
- Ações de formação para “melhorar a capacidade de resposta das entidades responsáveis pela fiscalização e aplicação do enquadramento legal e sua adequação à conservação do saramugo”;
- Instalação de um dispositivo para reter peixes exóticos em barragens;
- Lançar uma campanha de sensibilização junto dos produtores agro-pecuários e os pescadores;
Realizar-se em Évora o Simpósio para a Conservação de Peixes de Água Doce e Reabilitação de Habitats para debater ideias e trocar conhecimentos.
Ações em curso
- Plantação de arbustos e árvores autóctones nas margens das ribeiras;
- Instalação de passagens canadianas para minimizar o impacto do gado nas ribeiras com saramugo;
- Ações de educação ambiental nas escolas locais.
Quando o projeto terminar, o que vai acontecer ao Saramugo?
A equipa do projeto vai elaborar um Plano de Conservação Pós LIFE, com “medidas que assegurem a continuidade das ações do projeto e a conservação do saramugo a longo-termo”.
A ideia é que “o trabalho em prol da conservação do saramugo e da restante fauna piscícola continue”, quer seja por “novos projetos, quer seja através do trabalho do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), responsável pela implementação das políticas de conservação da natureza e com a gestão das espécies de flora e fauna selvagens”.
Principais ameaças
Segundo a equipa do LIFE Saramugo, há efeitos negativos previsíveis. “Nos casos de seca extrema, os organismos aquáticos, entre os quais os peixes, que aí se encontrem não sobrevivem. E mesmo quando os rios ou ribeiros não secam, a qualidade da água pode deteriorar-se de tal forma que provoca mortalidades elevadas.”
A equipa técnica do projeto afirma que “há subpopulações onde o número de animais já estará abaixo do limiar de sobrevivência da espécie”.
Existem 8 espécies de peixes de água doce ameaçadas em Portugal, com estatuto de “Criticamente em Perigo de Extinção”:
- Lampreia-de-rio (Lampetra fluviatilis)
- Saramugo (Anaecypris hispanica)
- Boga do Sudoeste (Chondrostoma almacai)
- Boga portuguesa (Chondrostoma lusitanicum)
- Escalo do Arade (Squalius aradensis)
- Escalo do Mira (Squalius torgalensis)
- Salmão do Atlântico (Salmo salar)
- Truta-marisca (Salmo trutta)
Conheça ainda quais as 5 espécies que lutam pela sobrevivência em Portugal.
Fonte: Wilder
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Trabalhos já realizados:
- Monitorização de Tartaranhão-caçador no parque eólico de Negrelo e Guilhado;
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