As autoridades europeias deram autorização para prolongar até 2020, as ações de preservação da Águia-Imperial Ibérica (Aquila adalbertis).
Co-financiado por fundos europeus, o projeto LIFE Imperial desenvolve-se em vários concelhos do Tejo Internacional (Beira Baixa) e do Alto e Baixo Alentejo, onde a Águia-Imperial Ibérica se reproduz.
A grande meta deste projeto consiste em estabelecer as bases para o aumento da população desta ave de rapina, que em Portugal está classificada como “Criticamente em Perigo” e é considerada uma das aves de rapina mais ameaçadas da Europa e uma das mais raras do mundo.
Após uma ausência de cerca de 20 anos enquanto reprodutora, a Águia-Imperial Ibérica voltou a nidificar em Portugal em 2003.
O número de casais reprodutores de Águia-Imperial tem aumentado, em média, um casal por ano. Em 2018, confirmou-se a presença de pelo menos 17 casais em território português, mais dois que no ano anterior.
Distribuição da Águia-imperial-ibérica em Portugal (dados de 2018)
Os responsáveis pelo projeto consideram que este aumento podia ser mais elevado, como sucede em Espanha, no entanto, o território português enfrenta várias ameaças, como o envenenamento e a falta de presas.
Ações a concretizadas
Paulo Marques, da Liga para a Proteção da Natureza (LPN) e coordenador do projeto, diz que em primeiro lugar, é necessário investir nas medidas de gestão do habitat que são importantes para a águia, como por exemplo, o aumento de coelhos. O coordenador explica que o coelho “é um alimento essencial para esta espécie e muito importante para que as águia-imperiais se reproduzam com sucesso”.
Para que esta ação de preservação tenha sucesso, a equipa vai continuar, com a construção de maroços, que consistem em abrigos para coelhos feitos com pedras, ramos ou outros materiais e onde estes se podem proteger dos predadores e reproduzir. Em muitos locais onde ocorre a águia-imperial, “a estrutura do solo é muito pobre e fina, difícil para os coelhos escavarem túneis e tocas.”
Outra das ações passa pelo combate ao crime ambiental.
Paulo Marques explicou que a equipa está bastante preocupada com o uso ilegal de venenos, lamentado que “em Portugal, nunca tenha existido condenações e muitas vezes os processos sejam arquivados ainda em fase de instrução”. Os abates ilegais a tiro e a perturbação de locais de nidificação são outras das preocupações do técnicos, que lutam pela conservação desta espécie endémica do sudoeste da Península Ibérica.
Distribuição mundial da Águia-Imperial Ibérica
Para tentar atenuar o problema do envenenamento, uma das medidas do LIFE Imperial passará pela produção de um manual de procedimentos destinado às autoridades, incluindo forças policiais e tribunais, que elucide como se faz um auto de prova em casos de crime ambiental, ou a instrução dos processos.
Lançar as bases para uma leitura mais uniforme das leis nesta área, foi outra das medidas implementada pelo projeto LIFE.
Fonte: Wilder
Imagem de destaque: Águia-imperial-ibérica – Fonte: www.flickr.com
A NOCTULA – Consultores em Ambiente desenvolve trabalhos no âmbito da Monitorização de Sistemas Ecológicos, nomeadamente, monitorizações de:
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- Mamíferos terrestres, marinhos e voadores;
- Fito e Zooplâncton;
- Invertebrados;
- Herpetofauna (anfíbios e répteis);
- Monitorização de Flora, Vegetação e Habitats.
Trabalhos já realizados:
- Monitorização de Tartaranhão-caçador no parque eólico de Negrelo e Guilhado;
- Atividade e mortalidade de Aves e Quirópteros – Parque Eólico Testos II;
- Monitorização da Toupeira-de-Água com câmaras de “vídeo-armadilhagem”;
- Monitorização de Aves e Quirópteros – Sobreequipamento do Parque Eólico Pena Suar;
- Monitorização de Avifauna, em particular a comunidade de Peneireiro (Falco tinnunculus) – Parque Eólico da Maunça.
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