A descarbonização do planeta é um dos grandes objetivos estipulados para 2050.
Por esse motivo, a descarbonização de um elemento como o hidrogénio, que é responsável por mais de 2% das emissões totais de CO2 no mundo, é visto atualmente como um dos pontos-chave para a próxima década.
De olhos postos no potencial do hidrogénio, os líderes dos Governos de Portugal, Espanha e França, acompanhados pelas respetivas empresas de transporte e gestoras dos sistemas de gás, REN, Enagás e GRTgaz e Terega, apresentaram recentemente uma candidatura conjunta, cujo objetivo consiste em dar inicio ao desenvolvimento do primeiro Corredor de Hidrogénio Verde na UE, operacional em 2030.
Batizado com o nome H2Med, o projeto irá focar-se no desenvolvimento de interligações energéticas entre os três países, através da criação de um corredor de energia verde que ligará Portugal, Espanha e França com a Rede de Energia da UE.
O acordo inclui a conclusão de uma interligação terrestre de hidrogénio entre Portugal e Espanha (Celorico-Zamora), bem como o desenvolvimento de um gasoduto marítimo que ligará Espanha e França (Barcelona-Marselha) para transportar hidrogénio renovável da Península Ibérica para a Europa Central.
De acordo com as especificações técnicas preliminares do projeto, o troço entre Celorico e Zamora terá uma extensão de 248 quilómetros e um custo estimado é de 350 milhões de euros. Para o trecho Barcelona-Marselha, a ligação de 455 quilómetros está orçamentada em 2,5 bilhões de euros.
Juntamente com os principais eixos do corredor, foram ainda apresentadas duas propostas para analisar a viabilidade de duas instalações subterrâneas de armazenamento de hidrogénio localizadas em duas cavidades salinas no norte de Espanha, com o objetivo de aumentar a flexibilidade do novo sistema e garantir a continuidade do fornecimento.
Para fazer face aos custos, o H2Med foi apresentado como um Projeto de Interesse Comum, o que permitirá que o corredor se qualifique para instrumentos de financiamento europeus.
Fonte: 20minutos.es
Os três países ratificaram este compromisso na Cimeira Euromed com o apoio da Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que num discurso na 9ª Cimeira Euro-Mediterrânica (EU-Med9), afirmou que o “projeto tem potencial para ajudar a UE a construir uma verdadeira backbone europeia de hidrogénio.” Acrescentou ainda que a “Península Ibérica se está a tornar um importante hub energético europeu para o resto do mundo”.
Sobre o hidrogénio verde, o primeiro ministro português afirmou que, “por razões naturais, a Península Ibérica é um dos melhores locais da Europa para desenvolver as energias renováveis e por isso, temos preços mais baixos do que outros países na produção da energia, designadamente solar, tornando-se particularmente competitivo o hidrogénio verde produzido na Península Ibérica. Além de satisfazer as necessidades próprias da Península, temos capacidade para sermos exportadores para o resto da Europa”.
O desenvolvimento do projeto H2MED faz parte da visão de uma Europa neutra em carbono e por isso, integra a iniciativa “European Hydrogen Backbone” que permitirá:
- acelerar a descarbonização da Europa;
- criar infraestruturas para o desenvolvimento de um mercado de hidrogénio competitivo;
- acelerar a implantação do hidrogénio na Europa;
- ligar a Península Ibérica à França e ao norte da Europa.
O H2MED terá capacidade para transportar até 2 milhões de toneladas por ano de hidrogénio renovável, o que representa 10% do consumo previsto na Europa em 2030, de acordo com o REPowerEU, um projeto aprovado pela Comissão Europeia que nasceu em resposta às perturbações do mercado global de energia, causados pela guerra na Ucrânia e que pretende tornar a Europa independente dos combustíveis fósseis até 2030.
Principais benefícios do projeto H2MED:
— Fortalecer a segurança e autonomia energética da UE;
— Contribuir para a neutralidade climática na UE;
— Assegurar o abastecimento da UE produzindo o máximo possível no seu território;
— Promoção do desenvolvimento industrial e inovação;
— Redução das emissões de gases poluentes;
— Desenvolvimento das energias renováveis;
— Criação de emprego;
— Promoção de uma transição energética justa.
Com o objetivo de reduzir a utilização de gás, a UE estabeleceu como objetivo para 2030, o consumo de 20 milhões de toneladas anuais de hidrogénio verde, sendo que 10 milhões deverão ser produzidas dentro do espaço europeu e 10 milhões importadas.
Está previsto que a construção do H2MED arranque entre 2025/2026 e que esteja operacional em 2030. Num próximo passo, a UE pretende alargar este corredor de hidrogénio verde ao Norte da Europa.
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Fontes: REN; PV-Magazine