O LNEG – Laboratório Nacional de Energia e Geologia disponibilizou um Policy Brief sobre o Armazenamento de Hidrogénio em Portugal, no qual são analisados os principais desafios relacionados com esta temática. O documento inclui uma classificação das alternativas de armazenamento, explora o potencial das cavernas de sal em território português e apresenta uma síntese do Regime Jurídico Português aplicável nesta área.
O Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC) 2030, recentemente revisto, tem como principais metas o reforço no potencial das energias renováveis e uma maior exploração do armazenamento de energia. Este plano climático prevê a instalação de cerca de 3 GW de eletrolisadores até 2030, mas para isso será necessário instalar capacidade adicional de produção de eletricidade, nomeadamente, através de fontes renováveis como a eólica onshore (terra) e offshore (mar) e também solar fotovoltaico, totalizando em 2030, cerca de 8,6 GW.
No entanto, a variabilidade da produção solar e eólica apresenta desafios significativos para a integração destas fontes no sistema elétrico. Para manter a estabilidade e flexibilidade da rede, será indispensável o uso de soluções de armazenamento capazes de gerir os excedentes de produção, acumulando energia e disponibilizando-a à rede quando necessário. O Hidrogénio (H₂) surge como uma solução promissora, desempenhando múltiplos papéis, desde o armazenamento até a distribuição e utilização em diversos setores, como a indústria e os transportes.
Apesar do seu potencial, o mercado do hidrogénio ainda se encontra numa fase inicial de desenvolvimento. A sua consolidação dependerá dos futuros avanços tecnológicos.
Qual o principal desafio do armazenamento de Hidrogénio?
O armazenamento de Hidrogénio (H₂) apresenta desafios significativos devido à sua natureza como o elemento mais leve da tabela periódica.
Embora o H₂ tenha uma densidade energética por massa muito elevada (cerca de três vezes superior à do gás natural), a sua densidade energética por volume é bastante inferior. Em condições normais de temperatura e pressão, o hidrogénio ocupa cerca de três vezes mais volume do que o gás natural para armazenar a mesma quantidade de energia.
Devido a esta baixa densidade volumétrica, é necessário reduzir o volume do hidrogénio para armazená-lo de forma eficiente. Isso é feito através de processos como compressão ou liquefação, que, apesar de eficazes, consomem muita energia, requerem materiais mais robustos e aumentam significativamente os custos.
Em termos práticos, substituir o gás natural por hidrogénio exige infraestruturas de armazenamento até 4 vezes maiores para atender às mesmas necessidades energéticas. Assim, é crucial desenvolver soluções de armazenamento mais económicas e práticas para que o hidrogénio verde se torne uma opção viável e amplamente utilizada como fonte de energia sustentável.
A transição para as energias renováveis tem de dar resposta ao grande desafio do armazenamento, que consiste em manter o equilíbrio entre a oferta e a procura de energia e promover a segurança do aprovisionamento.
Em Portugal, a Estratégia para o Hidrogénio, aprovada em 2020 (Resolução do Conselho de Ministros n.º 63/2020), define os objetivos do país para o uso do hidrogénio verde.
Atualmente, estão a ser implementados projetos-piloto como o Projeto Gasoduto Verde no Seixal, para testar a injeção de hidrogénio em diferentes concentrações na rede nacional de gás. A meta é ter entre 10% e 15% de incorporação de hidrogénio até 2030.
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A NOCTULA – Consultores em Ambiente presta apoio técnico aos promotores que pretendam implementar projetos de produção de hidrogénio verde.
Em casos em que se aplique, a nossa equipa também pode auxiliar os promotores nas seguintes áreas de intervenção:
- Pedidos de Enquadramento no RJAIA;
- Estudos relacionados com os procedimentos de Avaliação de Impactes (EIA) e Incidências Ambientais (EIncA);
- Estudos de Macrocondicionantes Ambientais;
- Monitorizações de Sistemas Ecológicos;
- Planos de gestão para espécies específicas de fauna e flora;
- Medidas de minimização e compensatórias.
A NOCTULA – Consultores em Ambiente foi responsável pela coordenação de um Estudo de Macrocondicionantes Ambientais para áreas no sul do país, cujo objetivo consiste na análise da viabilidade ambiental para o desenvolvimento futuro de um projeto de produção de hidrogénio verde, apoiado na utilização de energia produzida através de fontes renováveis (eólica e solar).
A nossa equipa foi ainda responsável pela coordenação e elaboração:
Se precisar de apoio neste âmbito, não hesite em contactar-nos.
Fonte: LNEG