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Leilão de capacidade solar flutuante

Após a realização de dois leilões solares, em 2019 e 2020 respetivamente, o Governo Português tem estado a estudar soluções alternativas para a instalação de novos projetos solares atribuídos por leilão, em “superfícies não convencionais”, que não ocupem terrenos, como por exemplo, as barragens.

Durante o primeiro leilão foram licitados pontos de injeção na rede no centro do país e o segundo leilão atribuiu reserva de capacidade de injeção no Alentejo e no Algarve

No âmbito da conferência “Oportunidades nas energias renováveis em Portugal”, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, referiu que o próximo leilão de energia solar em Portugal tem como objetivo a instalação de centrais flutuantes em albufeiras.

Esta alteração permitirá contornar questões relacionadas com a disponibilidade de terrenos, assim como os custos relacionados com a compra ou arrendamento destes, pois as centrais solares de grande capacidade precisam de muita área de implementação.

João Pedro Matos Fernandes, afirmou que “as próximas licitações vão contar com novas possibilidades de localização dos projetos, como a energia solar fotovoltaica flutuante nas albufeiras”, e que esta solução servirá para “evitar o impacto que tem no solo as grandes unidades de produção de energia solar”.

O ministro sublinhou ainda que esta possibilidade é um “desafio muito importante do ponto de vista técnico, uma vez que os promotores vão ter redução do risco, seja por disponibilidade dos terrenos seja pelos próprios custos, porque obriga à aquisição ou aluguer desses terrenos“.

Atualização:

Recentemente o ministro revelou que já estão identificadas 7 albufeiras (4 no Norte e 3 no Alentejo), que vão a leilão para a instalação de painéis solares. As albufeiras confirmadas são as seguintes: Alto Rabagão, Paradela, Salamonde, Vilarinho das Furnas, Monte da Rocha, Santa Clara e Alqueva. Estão ainda em avaliação mais 10 albufeiras. O ministro afirmou também que o leilão solar pode ir até 10 ou 12 albufeiras.

Segundo o ministro, neste leilão, não será possível associar armazenagem porque é necessário proteger as margens das albufeiras. No entanto, apesar dessa limitação, salientou que há a vantagem “da simplicidade da construção”.

Para esta alternativa de produção de energia solar, o ministro sublinhou ainda as seguintes vantagens:

  • Não ocupação do solo porque vai ser na água;
  • Grande parte da produção de energia é hidroelétrica, portanto já tem ligação à rede, o que torna o processo muito mais simples.

 

O próximo leilão vai ser lançado em setembro para 500 megawatts de produção e apenas nos espelhos de água de albufeiras. As regras serão idênticas aos anteriores leilões.

Balanço dos leilões anteriores

O ministro João Pedro Matos Fernandes aproveitou a sua intervenção durante a conferência, para fazer um balanço dos leilões anteriores, referindo que no primeiro leilão de energia solar, em 2019, foram atribuídos 1.300 megawatts (MW). Dos 26 projetos que saíram desse leilão, um total de 10 “já estão completamente licenciados e o projeto que corresponde ao lote que marcou o recorde no mundo relativamente ao preço (14,76€ por megawatt/hora) já tem a declaração favorável de impacto ambiental”.

Relativamente ao segundo leilão, foram adjudicados 600 megawatts, sendo que 75% com modalidade de armazenamento. O leilão solar de 2020 foi novamente um enorme êxito, tendo sido estabelecido um novo recorde mundial com o preço da tarifa solar mais baixa a nível mundial (11,14€ por megawatt/ hora), 25% abaixo do recorde do ano anterior, explicou o ministro João Pedro Matos Fernandes.

Reforço da capacidade de intervenção das entidades licenciadoras

Tendo em consideração a complexidade e a morosidade dos processos de licenciamento das novas centrais, o secretário de Estado da Energia Português, João Galamba, garantiu também que o Governo está empenhado em reforçar a capacidade de intervenção das duas principais entidades licenciadoras do país. João Galamba referiu que “o Orçamento do Estado para 2021 tem a proposta de trazer medidas para reforçar os meios humanos, técnicos e informáticos da Direção-geral de Energia e Geologia (DGEG) e da Agência Portuguesa do Ambiente (APA)“.

Portugal no top 5 dos maiores produtores de energia solar e eólica

Portugal encontra-se na lista de países top 5 entre os maiores produtores de energia solar e eólica, ao lado da Dinamarca, Irlanda, Uruguai e Reino Unido.

No que diz respeito apenas à produção de energia solar, a Dinamarca é líder mundial com 55% do total, Portugal destaca-se no 4º lugar do ranking com 28%. Na segunda posição está a Irlanda (33%), seguido pelo Uruguai (32%) e, por último, o Reino Unido (28%).

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